Realização de concursos em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), aulas em praças públicas e criação de vídeos com influenciadores(as) digitais jovens estão entre as propostas construídas durante a Oficina de Formação para o Controle Social no SUS, realizada em Santa Maria (RS), de 3 a 5 de março.

A oficina integra um projeto de formação, organizado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e coordenado pelo Centro de Educação e Assessoramento Popular (Ceap), que deve alcançar diretamente 2.500 pessoas até julho de 2020, com a realização de 84 turmas em todas as regiões do país.

Este número, no entanto, deve ser ainda maior, já que entre os principais objetivos do projeto está a multiplicação do conhecimento, a partir das experiências e trocas de saberes vivenciados em sala de aula.

“É preciso destacar que, antes de mais nada, multiplicação não é a replicação do que se viu na oficina. Mas a construção de práticas inovadoras em defesa do SUS, envolvendo a comunidade a partir dos seus contextos específicos”, explica o educador e coordenador executivo do Ceap Valdevir Both.

Seguindo estas orientações, o grupo de Santa Maria (RS), formado por conselheiros e conselheiras de saúde e representantes de diversos movimentos sociais, elaborou treze propostas para aumentar a rede de apoio em defesa do sistema público de saúde.

Entre elas está a promoção do Primeiro Concurso em Defesa do SUS, que deverá ser oferecido para alunos(as) do 8º e 9º ano do ensino fundamental da rede estadual de ensino em Uruguaiana (RS). A ideia é incentivar os jovens a discutir esta pauta e torná-los multiplicadores de ações em defesa do sistema.

Para incentivar a participação, a sugestão é premiar os vencedores com tablets, que serão doados por empresas que apoiem a iniciativa. Além disso, a ideia é contar com apoio da prefeitura, secretarias municipais e estaduais de saúde e de educação e do Conselho Municipal de Saúde. A previsão é que o concurso ocorra de 4 a 11 de agosto.

“O conceito de multiplicação abarca a criatividade e gera um processo inovador, de organização e articulação dessas pessoas para reconstituir o sonho do SUS, um dos maiores projetos que construímos a partir de 1988”, afirma Valdevir.

A realização de uma aula pública na praça central de Santa Maria também está entre as propostas apresentadas na oficina. A ideia é realizar a aula durante a semana da saúde, de 2 a 7 de abril, em horário de grande circulação no local.

Entre as sugestões também está a elaboração de vídeos que dialoguem com o público jovem, com a participação de influenciadores digitais, lideranças e formadores de opinião com foco na juventude. O objetivo é difundir informações a respeito do conceito de Saúde, processos históricos anteriores à formação do SUS e a gravidade do cenário atual.

“Observei que esses projetos de multiplicação se apresentam em dois eixos: um de mobilização das comunidades e dos coletivos e outro na perspectiva de compartilhar alguns temas e aprofundar o debate nos conselhos municipais. É uma metodologia muito interessante”, avalia Patrícia Robinson, apoiadora da Comissão de Educação Permanente do Rio Grande do Sul, que participou da oficina em Santa Maria.

Oficinas

As oficinas de formação são gratuitas e têm a duração de três dias. Entre os temas abordados, estão Conceito de Saúde e Concepção de Sociedade, Modelo de Atenção e Organização das Ações e Serviços no SUS, Orçamento e Financiamento.

Essa é mais uma ação da Comissão de Educação Permanente para o Controle Social do SUS (CIEPCSS) do CNS. Para participar, basta acessar o site www.formacontrolesocial.org.br, escolher a turma de seu interesse e se inscrever. Cada oficina contará com 30 participantes, sendo 20 vagas para conselheiros(as) de saúde e 10 vagas para representantes de movimentos sociais.

Ascom CNS