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Covid-19 no Brasil volta a crescer indicando 2ª onda sem que primeira tenha terminado, conclui live do CNS

  • Publicado: Quarta, 09 de Dezembro de 2020, 15h36
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“Estamos vivendo uma piora com o crescimento da doença em quase todos os estados, em especial nas regiões mais populosas. O país está flexibilizando o distanciamento social na contra-mão do que deveria ser feito”, disse o conselheiro Artur Custódio

O Brasil está perto de atingir a triste marca de 180 mil mortos por Covid-19. Boa parte poderia ter sido evitada se o Estado tivesse um plano real de enfrentamento à pandemia, o que não houve até agora. Nos últimos meses, a curva de novas infecções indicou tendência de queda, porém, mais recentemente há uma piora nos indicadores em quase todos os estados. Durante live do Conselho Nacional de Saúde (CNS), ocorrida nesta quarta (9/12), especialistas concluíram que podemos estar vivendo uma 2ª onda sem que a primeira tenha terminado.

Slide do médico Júlio Croda mostra que número de óbitos no Brasil e nos Estados Unidos não obteve queda expressiva em comparação com a União Europeia.

Na mediação do debate, Artur Custódio, conselheiro nacional de saúde e coordenador da Comissão Intersetorial de Vigilância em Saúde (Civs) do CNS alertou, preocupado, sobre a flexibilização das medidas de distanciamento. “Estamos vivendo uma piora com o crescimento da doença em quase todos os estados, em especial nas regiões mais populosas. O país está flexibilizando o distanciamento social na contra-mão do que deveria ser feito”.

O médico Júlio Croda, especialista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, afirmou que nunca tivemos uma redução expressiva do número de casos. “Na Europa houve controle da doença. Nós não controlamos e estamos tendo uma aceleração no número de casos. Quando falamos de morte, é mais marcante ainda. Estamos quase com o mesmo número de casos no pior momento da pandemia. Infelizmente, muitas pessoas ainda vão morrer”, lamentou, ressaltando que distanciamento e uso de máscara seguem sendo medidas “super efetivas”. 

Bernadete Perez, médica sanitarista, docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), afirmou que “estamos vivendo uma encruzilhada existencial profunda. É um retrocesso social imenso. Um desastre. São mortes evitáveis. A letalidade entre indígenas e negros, pobres, pessoas mais vulnerabilizadas, tem sido ainda mais alta. Vivemos com governantes negando a gravidade da pandemia, fazendo propaganda sem eficácia e promovendo o desmantelamento do SUS. O Estado tem sido criminoso na ausência de respostas”, criticou.

Mais participações

Alessandro Chagas, representante do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), afirmou que o Sistema Único de Saúde (SUS) está com a média de 330 mil testagens para Covid-19 semanalmente. Ele também criticou o processo eleitoral municipal em meio à pandemia, que  gerou aglomeração em vários municípios e tem agravado o número de casos.

A conselheira nacional de saúde Altamira Simões, representante da Rede Lai Lai Apejo, concordou sobre as irresponsabilidades durante as eleições. “Parece que esquecemos que estamos numa pandemia”. Ela também ressaltou que o cenário de crise segue matando principalmente populações vulnerabilizadas e que governo e pesquisadores precisam dar respostas que protejam essas populações.

Ronald dos Santos, conselheiro nacional de saúde representante da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), disse que “a principal vacina que nosso tempo pode produzir é o diálogo social, aquilo que o CNS representa. Precisamos construir força social e política para enfrentar as forças da morte”, convocou.

Veja os dados apresentado pelo médico Júlio Croda

Assista a live na íntegra

Ascom CNS

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