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Tuberculose: Desigualdade social dificulta o tratamento da doença no Brasil    

  • Publicado: Quinta, 16 de Março de 2023, 15h28
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Apesar de tratamento ser gratuito no SUS, a doença ainda atinge de maneira desigual a população  

Os desafios para tratar a tuberculose, reduzir o número de óbitos e zerar o número de famílias afetadas por “custos catastróficos” causados pela doença estiveram entre as principais discussões realizadas pelos conselheiros e conselheiras nacionais de saúde, na quarta (15/03), durante a 340ª reunião ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

O assunto foi tema da mesa Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Microbactérias não tuberculosas da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, com participações da secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, e do ex-coordenador do Grupo de Trabalho (GT) do CNS pelo fim da tuberculose, Jair Brandão de Moura Filho.

A tuberculose é uma doença transmissível que atinge o pulmão, mas também pode acontecer em outros órgãos do corpo, tendo como principal sintoma a tosse persistente. O tratamento é longo, de no mínimo 6 meses, mas tem cura quando realizado até o final. A única vacina disponível contra a doença é a BCG, usada para proteger crianças contra formas graves da doença.

Segundo o WHO Global Report, estima-se que 10,6 milhões de pessoas adoeceram por tuberculose em todo o mundo, em 2020. Antes da Covid-19, a tuberculose era a doença infecciosa que mais matava pessoas em todo o mundo. Estima-se que para se controlar o avanço da doença no mundo, seria necessário investimento de US$ 13 bilhões, no entanto o valor investido atualmente é de aproximadamente US$ 5,4 bilhões.

O Brasil integra a lista dos 30 países com maior número de casos de tuberculose, concentrando um terço de toda a doença na região das Américas. Segundo Ethel Maciel, o fim da tuberculose no país é uma agenda prioritária do Ministério da Saúde.

Atualmente, existem 36 casos de tuberculose para cada 100 mil habitantes e a cada ano, são mais de 78 mil novos casos da doença no Brasil, sendo 63,3% em pessoas pretas. O número de óbitos causados pela doença chega a 5 mil. “Morrer por tuberculose em pleno século 21 é uma falha gigantesca do sistema de saúde. Nossa meta é reduzir, até 2035, a incidência do número de casos novos por ano para 10 casos por 100 mil habitantes. Também queremos alcançar menos de 230 óbitos. Temos um enorme desafio pela frente”, afirma Ethel.

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Desigualdade 

Apesar do tratamento ser gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS), combater o avanço da tuberculose ainda é uma dificuldade. Segundo o Ministério da Saúde, 48% das famílias afetadas pela tuberculose no Brasil gastam mais de 20% da renda familiar para tratar a doença, o que é chamado de custos catastróficos. 

“Infelizmente, muitas pessoas que vão até a unidade de saúde e não tem acesso à raio-x, por exemplo, e precisa gastar com transporte e alimentação para realizar o exame em outro local. As pessoas são pobres e a tuberculose as deixa mais pobres ainda. Nossa meta é zerar o número de famílias afetadas por estes custos”, afirma Ethel.

Mesmo quando infectadas, não são todas as pessoas que desenvolvem a doenças, sendo que as mais vulneráveis são as pessoas que moram juntas em ambientes com pouca ventilação, insalubres, sem condições de ter alimentação adequada, o que diminui a imunidade. A tuberculose afeta desigualmente a população brasileira e aqueles que vão desenvolver a doença são as populações em situações de rua, no sistema prisional, indígenas e pessoas abaixo da linha de pobreza. 

GT 

Em agosto de 2022, o CNS criou o Grupo de Trabalho (GT) para atualizar a Resolução CNS n° 444, que trata das ações de combate e prevenção à tuberculose no SUS. O documento será apresentado aos conselheiros e conselheiras nacionais de saúde para aprovação. “É uma resolução que existia há mais de dez anos e é tida como referência por pesquisadores, gestores e sociedade civil nas discussões que envolvem a tuberculose”, afirma Jair Brandão. 

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O Ministério da Saúde deverá lançar, ainda em março, uma campanha publicitária para alertar a população sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento. No dia 24/03 é comemorado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, a data foi criada 1982 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Assista a 340ª Reunião Ordinária

Ascom CNS

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