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Vacinação no Brasil em 2018 pode não bater metas devido a fake news e desinformação

  • Publicado: Quarta, 08 de Agosto de 2018, 08h29

O Brasil é reconhecido por diversos países por possuir um dos melhores programas de vacinação do mundo. Ao todo, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece à população brasileira gratuitamente 19 tipos de vacinas. Porém, a difusão de fake news, a desinformação e o desabastecimento em alguns postos têm reduzido o número de vacinados. O tema foi debatido durante a 308ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que acontece nesta quarta (08/08), em Brasília.

Este ano foram notificados 1053 casos de sarampo, doença que estava sem incidência no país. Os estados mais afetados são Amazonas, Roraima e Rio de Janeiro. A campanha atualmente está focando na vacinação de crianças até cinco anos. Em seguida, deve ser ampliada para adultos. “Mesmo que tenhamos erradicado algumas doenças, o fluxo de turismo e de comércio entre países pode trazer as doenças de volta. A vacinação tem que continuar acontecendo, é a nossa melhor barreira sanitária”, afirmou Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde.

Ela explica que a difusão de fake news tem prejudicado o comparecimento da população aos postos, por isso alerta para a possibilidade de retorno da poliomielite, erradicada desde a década de 1990. “Todas as vacinas de 2017 não atingiram a cobertura vacinal. Precisamos de uma mobilização nacional em 2018”, disse. O conselheiro Moyses Toniolo, da Articulação Nacional de Luta Contra a Aids (Unaids), criticou o fundamentalismo de algumas igrejas que pregam a não vacinação. “Há grupos religiosos se posicionando contra as vacinas e outras medidas sanitárias. Não podemos aceitar”, criticou.

Já Conceição Silva, que representa a União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro), defendeu o Programa Saúde na Escola, do Ministério da Saúde e Ministério da Educação e apresentou outros fatores que também prejudicam a mobilização. “O fundamentalismo também está presente nos serviços de saúde, as campanhas estão mais esvaziadas e há desabastecimentos dos postos. Uma série de fatores refletem esse cenário caótico”, disse.

A conselheira Vanja dos Santos, da União Brasileira de Mulheres (UBM), afirmou que a responsabilidade não pode ser somente da população. “A culpa da ausência de vacinação recai somente sobre as mães, as famílias, as escolas, mas é responsabilidade também do poder público”. O mesmo foi afirmado pelo conselheiro Arilson Cardoso, do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems). “As pessoas sem se vacinarem é um sintoma, mas não é a causa. Os municípios precisam de mais aporte financeiro para mobilizarem para a vacinação”, defendeu.

Outra crítica feita pelos conselheiros e conselheiras foi quanto às ampolas, que são disponibilizadas em embalagens conjuntas que perdem rapidamente o prazo de validade após abertas. Por esse motivo, há desperdícios em alguns casos. O conselheiro Geraldo Adão, da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap) também opinou. “As emissoras de TV precisam comunicar oficialmente essas informações para reconquistar a confiança do povo”, sugeriu.

A meta do Ministério da Saúde é vacinar, pelo menos, 95% das 11,2 milhões de crianças dessa faixa etária e diminuir a possibilidade de retorno da pólio e reemergência do sarampo. Por ano, são cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos distribuídas em todo o país. Osnei Okumoto, secretário da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde também informou que, entre 2017 e 2018, foram investidos R$ 4,5 bilhões em vacinação, mas reconheceu que pode haver desabastecimento em algumas regiões.

Vigilância em Saúde

Ronald dos Santos, presidente do CNS, reafirmou a importante conquista do controle social brasileiro ao definir, por meio da participação popular, a 1ª Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS), que também estabelece diretrizes relacionadas à imunização no país. “Estamos dando a nossa contribuição ao país. Mais do que constatar os problemas, estamos deixando na história uma ação concreta”, disse. Na ocasião, o ministro da saúde, Gilbero Ochi, assinou as resoluções do CNS nº583/2018, com as propostas e moções da 1ª Conferência Nacional de Vigilância e Saúde e a nº 588/2018, que instituiu a nova política. Os documentos, após homologados, seguem para publicação no Diário Oficial da União (DOU).

VACINAÇÃO ATÉ 31 DE AGOSTO

A nova Campanha Nacional de Vacinação Contra a poliomielite e sarampo vai até o dia 31 de agosto. O dia D de mobilização nacional será no dia 18 de agosto (sábado), quando os mais de 36 mil postos estarão abertos no Brasil.

Fonte: Conselho Nacional de Saúde

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