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NOTA PÚBLICA: CNS repudia assassinato LGBTIfóbico do ativista Sandro Cipriano

A liderança política foi encontrada morta em um sítio na Zona Rural de Pombos, em Pernambuco. Sandro, de 35 anos, estava desaparecido desde a noite da última quinta (27/06), segundo a família.

  • Publicado: Segunda, 01 de Julho de 2019, 16h58
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 No último sábado (29/06), o Conselho Nacional de Saúde (CNS) foi surpreendido com a triste notícia do assassinato do ativista pernambucano Sandro Cipriano, militante dos direitos da população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (LGBTI+). A liderança política foi encontrada morta em um sítio na Zona Rural de Pombos, em Pernambuco. Sandro, de 35 anos, estava desaparecido desde a noite da última quinta (27/06), segundo a família.

Professor do curso de Agroecologia na ONG Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), há 20 anos atuava dentro da organização na causa LGBTI+, além de militar também no campo da agricultura familiar. Este é mais um caso diante dos inúmeros crimes de ódio cometidos contra esta população no Brasil, país que mais violenta LGBTI+ no mundo. O exemplo mostra o quanto é necessário que políticas públicas voltadas a este segmento sejam desenvolvidas, além de um amplo processo educativo que possa romper com este ciclo.

Ainda que recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha tipificado LGBTIfobia como crime no nosso país, precisamos lutar arduamente para revertermos os índices assustadores, que devem ser enfrentados também como questão de saúde pública. Este é um compromisso ético do CNS.

O Brasil está no topo do ranking de países com mais registros de homicídios de pessoas transgêneras, de acordo com relatório da ONG Transgender Europe (TGEu), de 2016. Segundo a Associação Nacional dos Travestis e Homossexuais (Antra), em 2017 foram assassinatos 179 pessoas trans, com suspeitos presos em apenas 18 dos casos.

Em 2018, o Grupo Gay da Bahia publicou relatório com dados acerca da violência sofrida pela população LGBTI+. Foram computadas 420 mortes. Estes são apenas alguns dos dados que evidenciam a necessidade de emergir da crise social, política e da disseminação do ódio que vem sendo difundido em diferentes espaços.

Quando um ativista dos Direitos Humanos é assassinado no Brasil, a democracia e o país inteiro perdem. Não podemos dar lugar para a dor, seja por violência física ou simbólica, que tortura os LGBTI+ ao longo de todas as fases de suas vidas, estigmatizando, discriminando, oprimindo e violando suas dignidades.

A necessidade de revertermos esse quadro pulsa cada vez mais forte. Esta população, apesar de ter ampliado sua visibilidade nos últimos anos, ainda vive sob a mira do ódio e em risco. O medo não pode impedir a liberdade, o amor e a expressão da identidade de qualquer indivíduo. Por isso, exigimos justiça para que as autoridades investiguem o caso e punam os responsáveis.

Conselho Nacional de Saúde

 

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