Brasília,
27 de março de 2009
Caravana: Painel destaca a importância da mobilização
Coordenada pelo Conselheiro Artur Custódio, a primeira mesa da Caravana em Defesa do SUS levou ao Ceará os avanços e desafios do Sistema Único de Saúde, em âmbito nacional.
Ao apresentar dados coletados pelo IBGE, Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Saúde, o Presidente do CNS, Francisco Batista Júnior, lembrou a necessidade de preservação do resgate histórico e ideológico do SUS, “temas como saúde, educação e outros são fundamentalmente ideológicos e não quer dizer que tenham algum alinhamento político”. Para ele, a discussão acerca da Emenda Constitucional 29 e do financiamento da saúde passa, necessariamente, pelos números da dívida brasileira “que favorecem grupos bem específicos. Dizer que não tem direito pra saúde é mentira, ele está indo para favorecer esses grupos”.
O Presidente do CNS lembrou uma das bandeiras da Caravana: “um dos eixos estruturantes que precisam ser revistos é o modelo de atenção. O Brasil é o que tem o melhor programa de transplantes do mundo, mas não precisava ser assim, pois muitos procedimentos poderiam ser evitados se os usuários tivessem acesso a uma atenção básica eficiente e multiprofissional. Temos o maior programa de transplante, mas não temos atenção básica”.
Wilames Freire Bezerra, representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), disse que a instituição vem mantendo uma luta incessante para estimular o espaço do Controle Social, “e criamos uma secretaria de participação e Controle Social, por meio do qual estamos conseguindo levar para dentro do Conasems as informações do Controle Social”.
O Secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Antônio Alves de Souza, ponderou, em sua mediação, que a gestão e os segmentos dos trabalhadores e dos usuários têm construído um interessante debate, “e não existe SUS sem um desses segmentos. Agora, como harmonizar e construir somatórios para avançar é um desafio”. Para ele, outro desafio posto é o estímulo à participação, “como fazer para que as pessoas voltem a se encantar? Como chamar aquela pessoa que participou da luta, em 1986, pela construção de um dos princípios que é a universalidade, se ela não consegue uma vaga num hospital?”, indagou o Secretário que afirmou que há, ainda, a necessidade de mudanças estruturais “que só serão feitas se houver uma grande mobilização como a dos anos que precederam a Constituição Federal de 1988.
Ao encerrar os trabalhos da mesa, Artur Custódio falou da necessidade de mostrar, especialmente aos jovens, que o SUS é de propriedade coletiva, “e todos somos donos e usuários”.
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