Brasília,
09 de Abril de 2010
Despesas do SUS e Atenção Primária em debate no CNS
O segundo dia da 208ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), nesta quinta-feira (08), começou com a apresentação do estudo realizado por uma equipe da Universidade Federal de Minas Gerais sobre os gastos no Sistema Único de Saúde. Segundo o Diretor do Departamento de Economia da Saúde do Ministério da Saúde, Professor Elias Antônio Jorge, o desafio atual do SUS é a mudança de paradigma médico/ hospital e medicamento para a “efetiva intervenção na história natural das doenças a fim de retardar a progressão clínica”.
Elias Jorge relatou ao Pleno do Conselho, que a pesquisa fora realizada não somente para apresentar os gastos com pacientes da rede pública de saúde, apontou também o caminho percorrido para que a doença atinja o estado grave, o que requer ainda mais cuidado e atenção. Estes, segundo o Professor Elias, são dados extremamente relevantes, pois em se conseguindo evitar que o paciente chegue ao estado grave diminuem-se, obrigatoriamente os gastos, demonstrou a pesquisa.
“O cuidado que requer o paciente que se encontra em estado avançado de gravidade é muito maior”, garante. O número de internações também apresenta significativos aumentos. Assim como o tempo de permanência do paciente internado, o que pode agravar ainda mais o quadro evoluindo para outras complicações.
Entre os dados apontados pelo Professor Elias está o aumento do número de óbitos, no período de 2003 a 2007, relacionada às doenças do aparelho respiratório. Também é grande o número de internações hospitalares no mesmo período em função de gravidez/ parto e puerpério. Além disso, chega a R$ 3,5 trilhões o valor total gasto em internações hospitalares, no período 2003 a 2007, com clínica cirúrgica.
Na ocasião, o Diretor do Departamento de Economia da Saúde também apresentou aos Conselheiros Nacionais uma Avaliação das Terapias Renais Substitutivas (TRS) no Brasil, realizada com uma abordagem econômica e epidemiológica. Hoje, segundo dados apresentados, a população assistida é de 70 mil pacientes em diálise e 3.200 transplantes renais por ano.
O Presidente do CNS, Francisco Batista Júnior, falou da demanda reprimida de pacientes que ainda necessitam de atendimento, mas que não conseguem devido à falta de recursos. Para Francisco Júnior, é preciso diminuir a dependência do setor público junto ao privado, com a estruturação da saúde pública e das equipes multiprofissionais.
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