Brasília, 22 de maio de 2013

Saúde+10 é ponto de pauta no Grito da Terra

        Com o lema 50 anos de luta da CONTAG por Reforma Agrária, Sustentabilidade, Trabalho e Dignidade no Campo, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) reuniu hoje, 22, cerca de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais no 19º Grito da Terra que reivindica melhorias para a população do campo e floresta. O Conselho Nacional de Saúde não ficou de fora dessa luta e além de apoiar o movimento arrecadou assinaturas em prol do movimento Saúde +10, que tem como objetivo apresentar ao Congresso Nacional projeto de lei de iniciativa popular que garanta que 10% da receita corrente bruta da União sejam convertidos à saúde pública.

        A Presidenta do CNS, Socorro Souza, estava presente coletando as assinaturas. Para o trabalhador rural Almir Pereira dos Santos, nascido e criado no campo, o dinheiro a mais destinado à saúde deve ser investido na formação de médicos, enfermeiros e profissionais da saúde em geral. “A saúde hoje no país é uma calamidade”. Sobre a movimentação, Almir a avalia como “uma forma de pressionar o governo a dar terras devolutas àqueles que não têm condição de viver na cidade e precisam de um pedaço de terra para plantar e viver”.

        O Grito da Terra acontece anualmente. Este ano o movimento apresentou 66 reivindicações à Presidenta Dilma. Temas na área da saúde estão entre os itens apresentados: saúde e segurança do trabalhador rural; perícias médicas, aumento da cobertura e resolutividade na atenção básica e alteração do modelo de atenção à saúde; vigilância em saúde do trabalhador, saúde ambiental e saneamento básico rural além de outros pontos igualmente importantes.

        Há duas semanas os itens vêm sendo debatidos exaustivamente com aproximadamente 15 ministérios. O presidente da CONTAG, Alberto Broch se diz animado com as negociações “A perspectiva é boa. As negociações estão sendo amplamente debatidas. Tenho um sentimento positivo embora haja respostas que dependam de leis e orçamento. Há avanços em algumas causas e inércia em outras”. Ele afirmou ainda que as negociações não acabam no dia de hoje.

        Miguel Pinheiro, do movimento da agricultura agrária do Pará viajou 12 horas de barco e 38 de ônibus para participar da mobilização. “Essa luta é a favor dos trabalhadores da área de agricultura e população ribeirinha que precisam de terra para trabalhar e viver. Nós somos massacrados pela maioria. A luta de hoje é porque precisamos de uma posição do Governo para resolver nossos problemas”.
Participante ativo das 19 mobilizações do Grito da Terra, Manoel Julho de Santana, da Federação Estadual de Sergipe, coordenador da 3ª Idade, ressalta que “nesses 19 anos de Grito da Terra, anos de Grito, luta, reivindicações e negociações apresentadas ao Governo Federal, houve conquistas em relação à saúde, previdência, reforma agrária. Em 1995 conquistamos o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. Foi um ato radical com ocupação de ministérios e com isso conquistamos direitos para as mulheres, idosos e população do campo geral. Só assim a população é ouvida”.

        À tarde, acontece audiência no Palácio para apresentação dos resultados das negociações com o Governo Federal.

Ayana Figueiredo

ayana.figueiredo@saude.gov.br

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