Brasília, 14 de outubro de 2014
Nota de Repúdio
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) vem a público repudiar as manifestações racistas expressadas durante o período de suspeita de infecção por vírus ebola em um imigrante da Guiné, reportada na cidade de Cascavel/PR, no início do mês de outubro de 2014.
O Brasil possui mais de 50% de sua população autodeclarada negra, e casos de racismo são vivenciados e registrados cotidianamente pela maioria desta população. O Ministro da Saúde, Dr. Arthur Chioro, ao pronunciar-se, em entrevista coletiva, no dia 11 de outubro, sobre o caso afirma que: “Manifestações racistas são inaceitáveis em um país que se diz civilizado como o nosso. Temos que repudiar. É inaceitável que, alguns brasileiros aproveitem esse momento para colocar a sua raiva, seu ódio e suas manifestações racistas para fora”.
Ressaltamos que o Ministério da Saúde reconheceu no ano de 2006, o racismo enquanto um determinante social, confirmando o impacto deste na saúde da população. Esta situação foi corroborada no mesmo ano com a aprovação pelo CNS, da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, que tem como objetivo promover a saúde integral deste segmento populacional, priorizando a redução das desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
Neste sentido o CNS, reafirma o papel importante do SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE- SUS- no cuidado e na vigilância, garantindo segurança a toda população brasileira, veementemente repudia os atos racistas e reitera a necessidade do combate ao racismo em todas as esferas e suas manifestações.
Brasília-DF, 14 de outubro de 2014
MESA DIRETORA
CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE
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