Brasília, 14 de abril de 2015

Conselhos de saúde e movimentos sociais se reúnem em Brasília em defesa do SUS

        Trabalhadores, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) de todos os estados do país desembarcaram em Brasília/DF na segunda-feira (13) para a 19ª Plenária Nacional de Conselhos de Saúde, Entidades e Movimentos Sociais e Populares. Cerca de 1.500 pessoas participaram da atividade de mobilização para a 15ª Conferência Nacional de Saúde.

        Controle social e gestão estiveram juntos na mesa de abertura da 19ª Plenária, que contou com as presenças da presidenta do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Maria do Socorro de Souza; do ministro da Saúde, Arthur Chioro; do coordenador da União Nacional dos Movimentos Populares de São Paulo, Frederico Lima; e da conselheira estadual de Pernambuco Maria de Fátima Menezes, representando a Coordenação Nacional da Plenária de Conselhos de Saúde.

        Ao abrir os debates, a presidenta do CNS agradeceu o esforço das delegações dos estados para garantir a presença de movimentos que estão em minoria ou não fazem parte dos conselhos de saúde. Socorro explicou que a mesa de abertura teria uma nova metodologia mais democrática e participativa. “Vamos começar ouvindo o plenário em seguida a mesa vai se colocar. Esse primeiro momento é de afirmar nossas lutas com centralidade no que nos unifica. Somos muitos, somos diversos, mas nos unifica a defesa do SUS, o direito à saúde, a democracia.”, afirmou.  

        Para Socorro, o momento é oportuno para aprofundar os eixos que norteiam o tema central da 15ª CNS Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas: direito do povo brasileiro. “Em um momento de recessão econômica e riscos de retrocesso, temos um desafio enorme e a tarefa política de defender o SUS constitucional, de defender o direito à saúde. Essa política precisa ser construída por todos nós e a gestão deve estar presente para reafirmar e pactuar conosco esse compromisso.”

        O coordenador da União dos Movimentos Populares de Saúde da cidade de São Paulo (UMPS), Frederico Soares de Lima, defendeu que os movimentos sociais de todo o país juntem forças para criar uma frente de resistência às tentativas de desestruturação do Sistema Único de Saúde (SUS). “Percebemos a iniciativa de desmonte deste sonho de um sistema de saúde para todos em igualdade de condições. Precisamos, na nossa diversidade, nos unir em prol de uma luta nacional para que as forças que tentam enfraquecer o SUS não tenham sucesso!”, conclamou. 

        Na mesma linha, Maria de Fátima Menezes ressaltou a urgência de ampliar o diálogo entre as entidades e movimentos sociais que militam na área para reafirmar a bandeira da universalidade da saúde. “Estamos aqui em busca de uma relação construtiva com os conselhos de saúde e os movimentos sociais. O controle social precisa estar unido para continuar defendendo o SUS que é nosso. Temos que nos preparar para as conferências municipais, estaduais e para a nacional. Se não nos mobilizarmos, não nos fortalecermos, vamos perder o nosso maior bem”, finalizou.  

        Encerrando a saudação inicial da mesa, o ministro Arthur Chioro enfatizou que as plenárias regionais e a nacional são muito importantes para avançar nas políticas de saúde. “O Sistema Único de Saúde foi construído na base do diálogo e da luta. Este é um espaço privilegiado de escuta dos que dão a vida pelo SUS no dia a dia”, afirmou.  

        Chioro novamente declarou o apoio irrestrito do Ministério da Saúde à organização da 15ª Conferência Nacional de Saúde. “O processo de construção da conferência é extremamente importante e decisivo para traçarmos as diretrizes de médio prazo para o nosso Sistema Único de Saúde. As propostas aprovadas na 15ª CNS serão tomadas como as grandes referências das políticas de saúde que serão implementadas nos próximos quatro anos”, pontuou o ministro.

        Após a saudação inicial dos integrantes da mesa, os microfones foram abertos à plenária para que pelo menos dois representantes de cada estado se manifestassem. Dentre os desafios apontados pelos participantes estão: a busca de novas fontes de financiamento para a  saúde; a melhoria das condições de trabalho; e mais apoio da gestão aos conselhos de saúde.