Brasília, 31 de agosto de 2016

Em greve, estudantes de Medicina da UnB querem formação voltada ao SUS

        O esforço do Conselho Nacional de Saúde (CNS) para que a formação dos profissionais da área seja feita de acordo com as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) ganhou adesão dos estudantes de Medicina da Universidade de Brasília (UnB). Desde a última quinta-feira (25), os alunos iniciaram uma greve para forçar a aproximação do currículo do curso com a realidade da saúde pública brasileira.

        O conselheiro nacional de saúde Danilo Aquilo Amorim, que representa a Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem), explica as duas reivindicações principais do movimento grevista. “Queremos a assinatura do Contrato Organizativo de Ação Pública Ensino Saúde (COAPES) e do contrato que integra o Hospital Universitário de Brasília (HUB) ao SUS. Isso mudará a realidade do curso de medicina”, afirmou.

        A preocupação é que a assinatura do COAPES sequer começou a ser discutida no âmbito do DF. Segundo Amorim, a Secretaria de Saúde do DF prometeu instaurar uma comissão para debater o assunto na próxima semana. “O debate tem de ser feito com as universidades que oferecem cursos na área de saúde, estudantes, o Conselho Distrital de Saúde e os Ministério da Saúde e Educação. Até agora não recebemos nenhum documento oficial para tratar do assunto”, mencionou.

        A outra reivindicação também depende do Governo do DF. O convênio que integra o HUB ao SUS venceu em 2013 e até hoje a Secretaria de Saúde não renovou o contrato. “O HUB é um hospital de alta complexidade. Precisamos mudar essa realidade e transformar o curso de Medicina mais alinhado ao SUS, com atuação na atenção básica e também na média complexidade”, disse Amorim, que também é coordenador adjunto da Comissão Intersetorial de Recursos Humanos e Relações de Trabalho do CNS.

        Os estudantes de medicina da UnB também se posicionam contra a instalação das Organizações Sociais na gestão da saúde do Distrito Federal e denunciam os ataques contra o direito à saúde como a PEC 241 que congela os gastos sociais por 20 anos.

O Conselho Nacional de Saúde compõe o Comitê Nacional do COAPES e a expectativa do conselheiro Amorim é que o tema seja debatido pelo colegiado.

Assessoria CNS