Brasília, 29 de junho de 2017

'Violência estrutural é resultado dos retrocessos sociais', diz presidente do CNS

          O presidente do Conselho Nacional da Saúde (CNS), Ronald dos Santos, participou na quinta-feira (28), da 15ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi). Na ocasião, ele discutiu a violência estrutural como consequência dos retrocessos sociais que têm acontecido no país.

          Para Ronald, a tentativa de se colocar em prática uma agenda neoliberal acaba naturalizando a violência. Ele destaca, entre as medidas tomadas pelo Governo Federal, a Emenda Constitucional 95, que deve representar a perda de aproximadamente R$ 415 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com estudo realizado pela Comissão Intersetorial de Orçamento e Financiamento (COFIN) do Conselho.

          “O resultado concreto disso é a pior das violências, a violência estrutural. O conjunto de proteção social que conseguimos garantir na Constituição de 88 está em risco e vai colocar em evidencia a exclusão, a violência, a marginalização. Temos de defender uma agenda que se contraponha à violência e traga a saúde e proteção social como direito”, avalia.

          O assunto foi tema do painel “Violência contra as Mulheres, Crianças e Adolescentes no Brasil”. A importância dos cuidados na infância e adolescência como pauta para a vigilância e promoção da saúde, assim como os aspectos legais e de proteção às mulheres, também foram apresentados aos participantes.

          Entre os palestrantes, estavam a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Maria Cecília de Souza Minayo, e as representantes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Leila Posenato Garcia, e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Campinas, Naoko Yanagizawa.