06 de outubro de 2011
Construção de uma nova sociedade com envolvimento de todos é destaque em Conferência
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Participação social é inclusão, é dar voz aos que geralmente são silenciados, é abrir espaços e principalmente contribuir para a melhoria da sociedade em que se vive. Ser protagonistas de mudanças sociais foi o tema discutido na tarde desta quinta-feira (06) na VII Conferência Estadual de Saúde de Mato Grosso.
O tema foi exposto por Michel Platini, presidente do Conselho de Direitos Humanos de Brasília, conselheiro de Saúde do DF, presidente do Sindicato dos Intérpretes de Libras do DF e coordenador do Fórum Permanente de Apoio e Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência do DF e Entorno e por Nelson Rodrigues, professor colaborador da Unicamp, presidente do Instituto de Direito Sanitário Aplicado (IDISA) e membro consultivo do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES).
Michel Platini iniciou sua apresentação ensinando aos delegados a cantarem na língua de sinais a música Dias Melhores da banda Jota Quest. A iniciativa de trazer as libras para a discussão, segundo ele, era para que os presentes pudessem perceber que todos devem ser vistos como iguais mesmo apresentando diferenças. Para ele, o dever do estado não exclui a obrigação das pessoas. Afirmou também que é dever de todos participar e se empoderar da política que é o Sistema Único de Saúde e lutar para que ela seja um sucesso.
“Quando a gente fala em saúde pensa logo em uma doença, mas temos que pensar a saúde muito antes e pensar que vários outros mecanismos determinam se você tem ou não saúde. O lazer, o esporte e a prevenção são políticas de saúde. E os atores para a melhoria dessas políticas somos todos nós. Não existe quem não seja ator nesse processo”, ressaltou.
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Um dos principais líderes do movimento da reforma sanitária no Brasil, Nelson Rodrigues relembrou aos delegados o quanto os movimentos populares, de trabalhadores e as organizações civis foram essências para a redemocratização do país na década de 80 e como suas lutas se configuraram importantes para desenhar na Constituição de 1988 uma nova sociedade após 20 anos de repressão militar.
Lutas essas que também deram a base para a criação do SUS independente de raça, idade e de qualquer classe social. Segundo Rodrigues, atualmente o Sistema passa por duas linhas, a primeira é aquela que traça estratégias favoráveis para o funcionamento do SUS, e a segunda a que tem estratégias desfavoráveis, que são aquelas que privatizam o Sistema. Para ele, o grande desafio é garantir a integralidade do SUS em todo o Brasil.
“Precisamos de um SUS capaz de promover a qualidade de vida da população, proteger as situações de risco de idosos, crianças, indígenas e atendimento adequado para diagnosticar a doença logo no começo. Essas são as necessidades da população, não pode haver nenhum outro tipo de interesse que pressione a organização do Sistema”, afirmou.
A mesa “Participação da Comunidade e Controle Social” foi a última da VII Conferência Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul. Nesta sexta-feira (07) será realizada a plenária final e a eleição dos delegados que seguirão para a etapa nacional da 14ª Conferência Nacional de Saúde.
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