Brasília, 14 de janeiro de 2010
TRIBUTO DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE
À CONSELHEIRA ZILDA ARNS
Conselheira Zilda Arns,
O Conselho Nacional de Saúde expressa à nação brasileira, ao povo haitiano e ao mundo, nosso testemunho do seu trabalho humanitário.
Com sua personalidade, sua fé inabalável e seu jeito humilde de conviver e de trabalhar sempre foi um exemplo de uma grande mulher missionária voltada para aqueles que clamam por ajuda solidária: seres indefesos e excluídos, crianças e idosos e todos os que não podem lutar por seus direitos e pela dignidade de vida.
Sua atuação no Conselho Nacional de Saúde sempre se pautou pela coerência, determinação, retidão, solidariedade e acima de tudo uma enorme capacidade de construir sob adversidades, de dialogar e negociar com os diferentes enfrentando e buscando superar as dificuldades e a dura realidade social em que vivemos.
A partida da Dra. Zilda desta terra não poderia ser de outra forma...
Partiu como sempre viveu na luta pelos direitos sociais da população desassistida, no meio de um grande desastre natural envolvendo intenso sofrimento de toda uma população carente clamando pela solidariedade dos povos do mundo. Com sua sabedoria, sua competência, seu sorriso generoso, sua enorme bondade, sua gentileza habitual e com seu espírito de servir partiu do nosso convívio prestando solidariedade e energia criativa. Partiu deixando seu legado na reconstrução do Haiti, levando àquele país o que realizou em nossa terra, por meio de sua obra social com base no ideário de educação, saúde, paz, fraternidade, justiça e solidariedade e que tanto nos orgulha e nos engrandece.
Dra. Zilda, o Conselho Nacional de Saúde, o Sistema Único de Saúde-SUS, todos nós choramos a sua partida, mas também agradecemos a oportunidade de ter estado ao seu lado, de compartilhar do seu convívio amoroso, de aprender e compreender com a sua grande obra social.
Temos a certeza de que no Haiti ficou a semente de seu trabalho que crescerá e florescerá no mundo. Temos certeza de que sua proposta, sua imagem e ideal de vida, permanecerão como exemplo para as gerações.
Que seja feita sua vontade: “ (...) o amor, expressado, na solidariedade fraterna, capaz de mover Montanhas: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos significa trabalhar pela inclusão social, fruto da justiça; significa não ter preconceitos, aplicar nossos melhores talentos em favor da vida plena, prioritariamente daqueles que mais necessitam. A paz é uma conquista coletiva. A construção da paz começa no coração das pessoas” (Trecho de sua conferência no Haiti).
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