Consumo
de agrotóxicos cresce no
Brasil |
O
Conselho Nacional de Saúde aprovou,
na 156.ª reunião ordinária,
em julho de 2005, posição
contrária à importação
de agroquímicos. A decisão
foi baseada em pesquisas e discussões
envolvendo a temática.
O
Ministério da Saúde informou
que existe um conselho técnico
para assessorar, articular e discutir
questões relacionadas ao agrotóxico.
A composição deste conselho
é intersetorial, ou seja, Ministério
da Saúde, Ministério do
Meio Ambiente e Ministério da
Agricultura. Esse comitê tem uma
discussão e posição
de aperfeiçoar o Decreto n.º
4.074, de 2002, que trata e regulamenta
o registro dos agrotóxicos no
Brasil. As alterações
propostas pelo governo nesse documento
têm a intenção de
torná-lo mais seguro e concreto,
declarou o representante do Ministério
da Saúde, Neilton Araújo
de Oliveira.
Segundo
os especialistas, se os agrotóxicos
não forem bem utilizados, eles
podem afetar o ambiente e a saúde
humana. De acordo com o representante
da Confederação Nacional
dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)
no Conselho Nacional de Saúde,
Luiz Gonzaga Araújo, o uso indiscriminado
dos agrotóxicos tem aumentado
as intoxicações entre
os trabalhadores rurais que ficam expostos
a essas substâncias e também
entre pessoas que consomem os alimentos
contaminados. Existe a necessidade
de uma vigilância e orientação
para a correta utilização
dos agrotóxicos, defendeu
o conselheiro. Para ele, a fi scalização
no campo apenas se preocupa com a comercialização
dos agrotóxicos
Na opinião do Diretor Presidente
da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), Cláudio
Maierovitch, a questão dos agrotóxicos
é extremamente delicada, pois
envolve riscos que podem se acumular
ao longo do tempo e causar problemas
que não são imediatos
e nem sempre são visíveis.
O Ministério da Saúde
está realizando, por meio da
Anvisa, análise de resíduos
de agrotóxicos em alimentos.
O acompanhamento feito ao longo dos
três últimos anos é
uma tentativa de melhorar o controle
da aplicação de agrotóxicos.
Nas
pesquisas realizadas, foi possível
observar que existe a necessidade de
reduzir o uso de agrotóxicos
nos alimentos oferecidos ao consumidor.
É o caso a alface, que apresentou
um aumento nos níveis de ingredientes
tóxicos, e do morango, que mesmo
tendo reduções, ainda
possui um alto índice de contaminação.
Um pouco da história Durante
o século XX, os processos de
modernização possibilitaram
avanços tecnológicos,
estruturais e organizacionais, que afetaram
o mundo da produção e
as relações de trabalho.
Nesse processo, a agricultura tem passado
por importantes mudanças, cujo
resultado fi nal tem sido a crescente
necessidade de aumento da produtividade.
Segundo dados da Organização
das Nações Unidas, em
2025 teremos a necessidade de alimentar
7,9 bilhões de pessoas.
Nessa linha, a agricultura brasileira
também mudou e na busca de atender
a essas demandas crescentes, hoje o
Brasil é um dos maiores consumidores
de agrotóxicos do mundo. Por
ano, cerca de 2,5 bilhões de
dólares são gastos nessas
compras. Os agrotóxicos são
substâncias químicas
(herbicidas, pesticidas, hormônios
e adubos químicos) utilizados
em produtos agrícolas e pastagens,
com a fi nalidade de alterar a composição
destes, e, assim, preservá-los
da ação danosa de seres
vivos ou substâncias nocivas.
A
criação dos agrotóxicos
teve a intenção de tentar
livrar as plantações de
possíveis pragas. A sua utilização
teve início na década
de 20. No Brasil, a utilização
ficou mais evidente em ações
de combate a vetores agrícolas
na década de 60.
Quais
os alimentos em que podemos encontrar
os agrotóxicos?
Em sua maioria, em verduras, legumes,
frutas, grãos, açúcar,
café, mel, leite, ovos, carnes
e frangos.
Cuidados
A
limpeza de frutas e hortaliças,
além de eliminar microorganismos,
reduz a contaminação por
produtos
tóxicos. As frutas devem ser
lavadas com água corrente e sabão
e descascadas. As hortaliças,
além de lavadas, devem ser imersas
em água com limão por
20 minutos
|