Conselho
discute ações que
visam à eliminação
da hanseníase enquanto
problema de saúde pública
O
Conselho Nacional de Saúde
aprovou o plano de trabalho da
Comissão Intersetorial
de Eliminação da
Hanseníase que trás
ações discutidas
com o governo, para eliminação
da hanseníase. A discussão
teve a participação
de convidados, Comissão
de Eliminação da
Hanseníase e da área
técnica do Ministério
da Saúde, representada
pela senhora Sandra Petros.
A hanseníase é uma
doença causada pelo bacilo
de Hansen (mycobacterium leprae),
que ataca normalmente a pele,
os olhos e os nervos. A doença
tem cura e na primeira dose do
tratamento, 99% dos bacilos são
eliminados e não há
mais chances de contaminação.
O tratamento é feito pelo
Sistema Único de Saúde,
nos postos de saúde ou
hospitais, com distribuição
de medicamentos fornecidos pela
rede pública de saúde.
O tratamento só será
100% eficiente se for feito do
começo ao fim.
O Brasil ocupa o 5.º lugar
no mundo em números de
casos de tratamento para cada
10.000 habitantes e primeiro lugar
nas Américas, apesar dos
esforços para eliminação
da hanseníase, enquanto
problema de saúde pública,
e ainda encontra dificuldades
para atingir a meta pactuada na
44.ª Assembléia Mundial
de Saúde, em 1991, que
considerava a hanseníase
como eliminada em um índice
de prevalência menor que
1 caso por 10.000 habitantes.
Os estados que merecem atenção
são os da Amazônia
Legal, mais os estados de Mato
Grosso, Goiás, Pernambuco,
Piauí e Bahia que apresentam
maior incidência da doença
e são considerados prioritários,
72,4% da carga da doença
no País. Nos municípios
desses estados, além das
altas taxas de prevalência
e de detecção de
casos novos, os percentuais elevados
de casos na faixa etária
de menores de 15 anos de idade,
demonstram a fragilidade no sistema
de vigilância epidemiológica
da doença.
O Programa Nacional de Eliminação
da Hanseníase (PNEH) foi
reestruturado e alçado
à condição
de prioridade de gestão
do Ministério da Saúde.
Desde então, vem trabalhando
para o fortalecimento das ações
que permitam alcançar a
meta de eliminação.
Desta forma, a ação
do Conselho Nacional de Saúde
vem contribuir com ações
sugestivas junto ao programa nacional
que visam à eliminação
da doença, se caracteriza
em uma importante contribuição.
Na opinião do conselheiro
nacional, Artur Custodio, uma
das grandes preocupações
hoje são as crianças
infectadas no Brasil. Segundo
ele, esse percentual em alguns
municípios ultrapassa 10%
de casos novos. "Isso possivelmente
significa que elas convivem com
adultos sem tratamento",
alerta Artur.
Para a conselheira nacional do
segmento de usuários, Maria
Leda de R Dantas a hanseníase
é um problema de saúde
pública que necessita de
ações urgentes que
visem à eliminação
da doença enquanto problema
de saúde pública.
Nesse sentido ressaltou a importância
do debate no CNS e também
solicitou empenho do Ministério
da Saúde em atingir a meta
estabelecida para eliminação.
Saiba
mais
A
hanseníase não é
uma doença hereditária.
A forma de transmissão
é pelas vias aéreas:
uma pessoa infectada libera bacilo
no ar e cria a possibilidade de
contágio. Porém,
a infecção dificilmente
acontece depois de um simples
encontro social. O contato deve
ser íntimo e freqüente.
O contágio: a maioria das
pessoas é resistente ao
bacilo e, portanto, não
adoece. De sete doentes, apenas
um oferece risco de contaminação.
Das oito pessoas que tiveram contato
com o paciente com possibilidade
de infecção, apenas
duas contraem a doença.
Dessas duas, uma torna-se infectante.
Isolamento: o isolamento e a internação
compulsória de pessoas
com hanseníase fazem parte
do passado, mas o estigma ainda
persiste e mostra-se mais resistente
que a própria doença.
Um
pouco da história
A cura da doença surge
em meados da década de
40, mas só em 1959 uma
assembléia mundial decide
acabar com o isolamento e segregação
a que eram submetidos os portadores
da hanseníase. Somente
no inicio da década de
70, o Brasil começa a terminar
com a política de isolamento
e de condenação
ao confinamento em colônias.
Hoje, as pessoas acometidas recebem
remédios de graça
e se tratam em casa, com acompanhamento
médico nas unidades básicas
de saúde. O tratamento
dura, em média, de seis
meses a um ano.
Sabe-se também, que a doença
não é tão
contagiosa quanto se pensava.
Ela só é transmissível
quando o portador apresenta a
forma mais grave (multibacilar),
quando não tratada e também
se a pessoa vive em aglomerações,
sem condições adequadas
de higiene.
|