Brasília,
15 de julho de 2008
Belém
(PA): CNS quer intervenção
qualificada para resolver problemas
da Santa Casa
Presidente
do Conselho Nacional da Saúde
diz que faltam dados exatos
sobre a situação
que resultou na morte de bebês
O
presidente do Conselho Nacional
de Saúde (CNS), Francisco
Batista Júnior, disse
ontem ao DIÁRIO que uma
comissão deverá
vir a Belém para analisar
a situação da
Fundação Santa
Casa de Misericórdia.
Ele afirma que somente com esses
dados será possível
"traçar um retrato
pormenorizado da situação"
que resultou na morte de bebês
na maternidade.
Batista disse que, depois de
ser informado sobre as mortes,
fez contatos com membros do
Conselho Estadual de Saúde,
que constataram a gravidade
da situação. Com
isso, ele aproveitou a 187ª
Reunião Ordinária
do CNS, na quarta-feira (9),
e expôs o problema aos
conselheiros.
O CNS aprovou uma solicitação
formal de informações
ao Ministério da Saúde
e aos Conselhos Estadual e Municipal
de Saúde. "Há
muita desinformação.
Queremos fazer uma intervenção
mais qualificada e precisamos
de dados exatos", disse
o presidente. O Conselho deu
prazo de sete dias para que
o Ministério da Saúde
envie as respostas solicitadas.
Depois de considerar as observações
locais e os dados fornecidos
pelo Ministério da Saúde,
Sespa, direção
da Santa Casa, técnicos
e conselheiros estaduais e municipais,
a comissão deve elaborar
relatório que apontará
a quem cabe a responsabilidade
pelas mortes das crianças.
O documento será encaminhado
ao Ministério Público
para providências e deverá
ter suas conseqüências
acompanhadas de perto pelo CNS.
BALANÇO
- Em nota divulgada ontem, a
Santa Casa informou o balanço
das duas primeiras semanas de
julho. "No período
de 1º a 13 de julho, o
setor de Neonatologia da Santa
Casa recebeu 87 recém-nascidos.
No mesmo período, 101
pacientes do setor tiveram alta,
incluindo bebês que já
estavam recebendo tratamento
no hospital. No berçário
externo, que atende aos nascidos
fora do hospital, entraram 24
bebês e foram registrados
três óbitos (11,1%).
No berçário interno,
que atende aos nascidos no hospital,
entraram 49 bebês e não
houve nenhum óbito. Na
UTI Neonatal, onde estão
internados os pacientes mais
graves, entraram 25 recém-nascidos
e ocorreram 12 óbitos.
No total, de 1º a 13 de
julho, houve 15 óbitos
no setor de Neonatologia",
diz a nota.
Matéria da jornalista
Sônia Zagueto, publicada
no Diário do Pará,
em 15 de julho de 2008.
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