Brasília,
17 de abril de 2009
CNS visitará Alagoas no próximo mês
O presidente do Conselho Estadual de Saúde de Alagoas, Benedito Alexandre, trouxe para a Reunião Ordinária do CNS uma série de denúncias referentes à saúde de seu Estado.
Cerca de 400 médicos que realizam cirurgias eletivas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) suspenderam o atendimento ao público por sete meses e pediram o descredenciamento do sistema; mais de 80 pediatras, anestesistas e obstetras pediram demissão na única maternidade mantida pelo Estado para atender gestantes de alto risco; também faltam medicamentos nas salas cirúrgicas. Além disso, os servidores reivindicam reajuste salarial de 34,68%, gratificação e melhores condições de trabalho.
“É um problema grave que aflige não só Alagoas, mas todo o Brasil. Profissionais de nível elementar estão ganhando abaixo do salário mínimo nacional (R$ 465,00). Neurocirurgiões estão se demitindo e fazendo pressão para voltar a atuar no SUS, contratados pelas cooperativas”, disse Alexandre.
Segundo ele, o ideal seria o CNS ir ao Estado o mais rápido possível. “Temos que dar uma resposta à sociedade. A população não merece pagar pelas incoerências do governo, que não cumpre a obrigação com os trabalhadores.”
O Conselho ficou de enviar uma comissão para analisar a saúde no Estado nos próximos 30 dias, com representantes das três esferas: trabalhadores, gestores e usuários. Do mesmo modo como ocorreu na visita ao Rio Grande do Norte, na próxima reunião, a comissão apresentará um relatório ao Plenário, que decidirá se haverá medidas punitivas ao Estado.
O Ministério da Saúde também está descontente com a situação de Alagoas. Quase a totalidade da população (94%) depende dos serviços da rede pública de saúde. “Enquanto houver intransigência por parte da categoria médica não há negociação, não existe essa de trabalhar só quando sair o reajuste da tabela SUS porque isso não vai acontecer. Estou aberto para saber sobre o assunto e ajudar, mas quero ouvir propostas consistentes”, afirmou o ministro José Gomes Temporão. Ele se dispôs a receber uma comissão do Conselho Estadual de Saúde e do CNS para tratar do assunto.
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