Dia da Consciência Negra é lembrado na Caravana em Defesa do SUS
de Mato Grosso
O feriado pelo Dia da Consciência Negra não foi motivo para que os militantes do Sistema Único de Saúde deixassem de comparecer à Caravana em Defesa do SUS realizada nessa sexta-feira (20), em Cuiabá, Mato Grosso. O evento, inclusive, foi uma oportunidade de lembrar a data e homenagear a população negra que luta por atendimento digno e com respeito as suas especificidades.
Em mesa de abertura composta pelo Presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Francisco Batista Júnior, pela Secretária Substituta da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde (Sgep), Maria Natividade Gomes da Silva Teixeira, pelo Secretário de Estado da Saúde e Presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES), Augustinho Moro, pelo Deputado Federal Carlos Abicalil, pela representante do Cosems, Aparecida Cristiane Molina e pelos representantes dos usuários do CES e do Conselho Municipal de Saúde de Rosário do Oeste, Suelly Corrêa de Oliveira e Gilberto Loreiro, respectivamente, o ato contou com a belíssima apresentação de Siriri – dança típica mato-grossense – feita pelos artistas da Associação Cultural Flor Ribeirinha, da comunidade São Gonçalo.
Suelly Corrêa, que é membro da Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde (Aneps/MT) aproveitou o momento para entregar aos componentes da mesa uma carta dirigida ao Governo do Estado, reivindicando, dentre outras ações, o reconhecimento e inserção das práticas populares e comunitárias nas políticas públicas de saúde. Em sua fala, a Secretária Maria Natividade informou que a Sgep compôs um Comitê de Educação Popular com a finalidade de valorizar essas práticas populares.
Já a Secretária do Município de Denise, Aparecida Molina, lembrou que a assistência se dá no Município, “onde conhecemos e nos importamos com os rostos, e não somente com números”. Ela lembrou, ainda, das peculiaridades da região, com cidades distantes mil quilômetros da Capital e onde o socorro muitas vezes só pode ser feito via aérea, “o que exige um recurso diferenciado, e não per capita”. A Secretária lembrou também dos deveres do usuário, “saúde é um direito de todos, mas temos nossas obrigações como o exercício do Controle Social e na prevenção, por exemplo”.
O Secretário Augustinho Moro destacou que o dia 20 de novembro é importante, “onde se relembram as lutas para a conquista dos direitos”. Sobre a Caravana, o Secretário afirmou ser um momento “para trazer a tona os problemas, discuti-los e melhorar de fato”. Ele concordou com a fala da Secretária Aparecida Molina e afirmou a necessidade do fortalecimento de políticas públicas diferenciadas pelo Brasil, “os Governadores da Amazônia Legal têm de abraçar essa causa”.
O Deputado Carlos Abicalil saudou de forma especial os afrodescendentes presentes e revelou que ainda na tarde da sexta-feira, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assinaria um decreto reconhecendo dois quilombos nas regiões mato-grossense da Chapada dos Guimarães e de Livramento. O Deputado chamou atenção para o primeiro item da agenda política do CNS que trata da repolitização do SUS e para a importância da aprovação da Contribuição Social para a Saúde (CSS).
O Presidente do CNS, Francisco Batista Júnior, destacou que desde a definição da agenda política do Conselho, onde foi decidida a realização das Caravanas, até o momento, o SUS vem sofrendo constantes derrotas, “na área da saúde, o Governo está em débito com a sociedade. Além disso, temos a regulamentação da Emenda Constitucional número 29 que não sai, o fortalecimento do atendimento centrado no profissional médico em detrimento do atendimento multiprofissional e as terceirizações nas suas mais diferentes formas”.