Brasília,
23 de outubro de 2009
Caminhada abre Caravana em Defesa do SUS no Pará
A 15ª etapa da Caravana em Defesa do SUS começou, nesta quinta-feira (22), em Belém, com uma caminhada convocando a população para abraçar a causa da saúde pública do Pará. Após percorrer o trajeto entre a Universidade Estadual do Pará e o Hangar, local da Caravana, os participantes do evento acompanharam a ato político de abertura.
Em seu discurso, o Presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Francisco Batista Júnior, afirmou que o Sistema Único de Saúde hoje vive um de seus piores momentos e que a realização da Caravana foi pensada pelo Conselho justamente para mostrar o SUS na sua essência. Francisco Batista destacou a defesa da regulamentação da Emenda Constitucional 29 (EC-29) e do SUS como patrimônio entre os pontos importantes da Caravana.
A Secretária de Estado de Saúde Pública (SESPA) e Presidente do Conselho Estadual de Saúde, Silvia Comaru, ressaltou o orgulho em participar da Caravana. “O SUS é uma construção da população, dos movimentos que lutaram pela reforma sanitária. Ele nunca será um sistema perfeito, mas melhorou muito desde a sua criação e precisa sim de uma boa gestão e também de mais recursos”, disse. A Secretária lembrou da importância de se discutir o financiamento e afirmou que “fazer saúde na região Norte é diferente de fazer saúde no Sul e no Sudeste”.
A necessidade de sensibilizar a classe política pela regulamentação da EC-29 foi defendida pelo representante do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Jader Gardeline. Já Wilson Alecrim, representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, destacou o fortalecimento da participação popular no SUS entre os objetivos da Caravana.
“O SUS merece todo carinho e luta dos profissionais da área na busca por um sistema melhor e de qualidade”, disse Antonio de Aragão Vinagre, Secretário Municipal de Saúde de Belém. Na oportunidade, Antonio Vinagre reforçou a defesa da regulamentação da EC-29.
O financiamento também foi um dos pontos ressaltados pelo Secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde (SEGEP), Antonio Alves de Souza. Segundo o Secretário, a SEGEP já trabalha de forma diferenciada em relação à região amazônica, com 20% a mais nos repasses, “é preciso tratar os diferentes, diferente e oferecer mais aos que menos possuem”, afirmou. Outra questão apontada por Antonio Alves foi o processo de judicialização na saúde vivenciada por muitos gestores que ao respeitar a decisão de juízes e promotores acabam prejudicando a população. “Como fica o princípio da equidade quando a justiça obriga a retirada de um recurso de um serviço para a compra de um medicamento para um único paciente”, questionou.
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