Brasília, 30 de setembro de 2011

Seminário de Residência Multiprofissional encerra mesas com debate sobre gestão, financiamento e participação social

        Integração nos serviços de saúde relacionados à residência multiprofissional foi um dos principais desafios apresentados pela terceira mesa do IV Seminário Nacional sobre Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde. O tema discutido pela mesa foi a Política de Residência Multiprofissional em Saúde: Gestão, Financiamento e Participação Social. 

        Participaram do debate como expositores Jeanne Liliane Marlene Michel, Coordenadora de Residência em Saúde do Ministério da Educação, Ana Estela Haddad da Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde do Ministério da Saúde, Paulette Cavalcanti, do Fórum Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde, na mesa representou o Conselho Nacional de Saúde. Também fizeram parte da discussão os debatedores, Márcia Pinheiro do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Caterine Perillo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde e Valdo Teodósio, conselheiro estadual de saúde do Rio Grande do Sul.

        De acordo com Jeanne Michel, a realidade dos residentes mostra um quadro em que a carga horária geralmente chega a 60 horas de trabalho, já que a maioria tem que unir a residência a trabalhos paralelos. Para ela é importante que os residentes se dediquem exclusivamente à residência para obter uma boa formação. Alertou também a responsabilidade que as instituições de ensino têm no serviço prestado pelos residentes.

        “Eles já são profissionais, mas são também aprendizes e a instituição é corresponsável eticamente pelo que o residente esta fazendo, eles estão sob a sua tutela. As instituições precisam dar condições adequadas para o estudo e, principalmente, ensino teórico e programação compatível com a formação especializada nas áreas de concentração e profissões para as quais abriu vagas, isso é o básico”, ressaltou.

        Ana Estela Haddad lembrou aos participantes o momento pelo qual o Brasil passa de ascensão social e chamou a atenção para a prioridade colocada pelo governo federal de erradicar a miséria absoluta e afirmou que a saúde e educação tem papel fundamental nesse desafio. Após levantar esse cenário, Estela Haddad apresentou as ações desenvolvidas no momento na área de residência médica, são 60 programas contemplados com financiamento federal, implementados em 16 estados, 23 são na área de saúde da família, um total de 719 residentes recebendo bolsas. “Temos como meta ampliar o número de bolsas oferecidas. E o desafio de construir um sistema único de ensino”, afirmou.

        Integrante do Fórum Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde, Paulette Cavalcante criticou a lista tríplice feita pelo Ministério da Educação na escolha dos representantes da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional. Ressaltou também que os programas na área de residência devem ser pensados de acordo com a diversidade existente nos estados brasileiros. “Os estados devem ser vistos em suas particularidades. Não podemos ter os mesmos programas em todos os estados, precisamos fortalecer as comissões estaduais para que elas estabeleçam as reais necessidades que cada estado precisa”, disse.

         Após a última mesa de debates, os participantes do IV Seminário Nacional sobre Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde seguiram para rodas de trocas de experiências entre programas. O segundo dia do seminário será dedicado aos trabalhos em grupo e a plenária final.