Brasília,
04 de abril de 2012
Igreja debate saúde pública
Entre os principais debates da campanha, destacaram-se a falta de recursos destinados à saúde pública e o fortalecimento das pastorais da Saúde e da Criança.
A realidade da saúde no Brasil é o tema da Campanha da Fraternidade (CF) de 2012, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que termina nesta quinta-feira (5). “Esta abordagem foi escolhida para ampliar a discussão sobre as diversas facetas da saúde no país e as políticas públicas necessárias para enfrentar os gargalos do Sistema Único de Saúde (SUS). O propósito é melhorar os serviços, o acesso e a qualidade de vida das pessoas”, apontou o conselheiro nacional de saúde e representante da CNBB no CNS, Clóvis Boufleur.
De acordo com o conselheiro, as mudanças alimentares da população brasileira nos últimos anos - que têm contribuído para elevar o quadro de obesidade –, o avanço da tecnologia, e o aumento da expectativa de vida dos brasileiros são alguns assuntos que ficaram em evidência durante as discussões da campanha.
“Durante muitos anos a desnutrição esteve entre as primeiras causas de mortalidade infantil. O quadro mudou, e a desnutrição está sob controle na maior parte do país, ainda que existam áreas com altos índices de desnutridos. A obesidade, por outro lado, se transformou no vilão da história. Ela atinge muitos adultos e começa a se manifestar cada vez mais cedo nas crianças”, alerta Boufleur.
Entre os principais debates da campanha, destacaram-se o fortalecimento das pastorais da Saúde e da Criança, que hoje lidam diretamente com ações voltadas para a saúde dentro da igreja, assim como a falta de recursos destinados à saúde pública.
“É preciso acrescentar, como afirma o texto-base da Campanha da Fraternidade, que a falta de recursos está associada ao fato do direito à saúde estar sendo transformado em negócio. Isso porque há grupos econômicos que desejam a privatização da saúde”, sinaliza o representante da CNBB no CNS.
O tema da Campanha da Fraternidade foi apresentado na 231ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde em março. Na avaliação de Boufleur, o colegiado reconheceu a importância da saúde pública também estar presente nestes espaços de igrejas e comunidades. “A discussão sobre a saúde requer a articulação intersetorial e envolve alimentação saudável, acesso à educação, trabalho, remuneração justa, promoção da mulher e da criança, ecologia e meio ambiente. Portanto, estamos em sintonia com o Conselho Nacional de Saúde em relação à defesa de ações de promoção da saúde e a defesa de vida”, considera.
Acesse o texto integral da Campanha da Fraternidade |