Brasília,
22 de fevereiro de 2013
Unidade e diversidade para avançar o SUS
O evento de planejamento do Plano de Ação do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que aconteceu nos dias 19 e 20 fevereiro foi considerado bastante positivo pelos participantes. Ao final do encontro eles tiveram a oportunidade de se manifestar e fazer uma avaliação do evento.
O convite para os atores de saúde participar do processo de elaboração do plano foi um dos pontos mais comentados como positivo do evento. Para a conselheira titular Verônica Lourenço da Silva, da Liga Brasileira de Lésbicas, “O planejamento coletivo, com a diversidade de sujeitos que temos aqui reunidos, é um momento de democratização mesmo. Essa democracia cria demanda e pauta o CNS. O diálogo é positivo no sentido da responsabilidade compartilhada que legitima o conselho, mas o grande desafio é fazer isso funcionar, fazer o planejamento se tornar efetivo”.
A Coordenadora de Plenária do estado da Paraíba, Joaquina Amorim, do segmento dos trabalhadores abordou como positivo a fala das categorias de base. “O evento foi bastante positivo com a preocupação de convocar as representações. Analisar, discutir e ouvir as bases, mas ao mesmo tempo percebe-se que as queixas são comuns e os problemas persistem, pois já foram colocados em momentos anteriores. A importância do encontro será enorme se as propostas e sugestões dadas forem de fato respeitadas e efetivas no planejamento do CNS e se finalmente o governo atender as sugestões propostas aqui, e pelo conselho”.
Criticas também foram feitas com o intuito de aprimorar as relações no âmbito da saúde. A conselheira Fernanda Bevenutty, do movimento LGBT, colocou que sentiu dificuldade de relacionamento dentro do próprio conselho. “Como participante de grupos minoritários, como LGBT, mulheres, indígenas, negros, senti dificuldade de relacionamento dentro do grupo. Mesmo assim, o conselho está se tornando cada vez mais um conselho inclusivo, mas pouco foi apresentado sobre população negra, LGBT. Há a necessidade de melhorar o relacionamento com a população minoritária, mas ainda assim estou feliz com o resultado do evento”.
A troca de experiências foi o ponto levantado pelo indígena, Lourenço Borges Milhomem, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, conselheiro suplente. “Diversidade e cultura. Pela primeira vez participo da construção de um plano para a saúde discutindo política voltada para a população brasileira. Às vezes somos esquecidos, aqui temos autoridade e autonomia, podemos dizer o que queremos e de que forma queremos ser tratados e é isso que levo para o meu povo. Aqui aprendo cada vez mais com a cultura de vocês e enriqueço a minha. Um evento com riqueza de troca de experiência e conhecimento”.
Por fim, Socorro Souza, presidenta do CNS, fechou o encontro ressaltando a importância de cada um sempre lembrar o seu papel e seu lugar dentro do conselho. Segunda ela, “o meu lugar é o de mulher, trabalhadora, usuária. E pra mim, só faz sentido estar aqui se eu me lembrar de me colocar sempre no meu lugar como porta voz dos mais excluídos da sociedade brasileira”. E finalizou ratificando o compromisso de gestão participativa proposta, “compromisso coletivo, que mais que a cultura do poder, é a cultura do compromisso e da democracia sempre”.
Ayana Figueiredo
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