Brasília, 13 de março de 2014
Primeiro dia da Jornada debate 25 anos do SUS,
4ª Conferência dos Nacional da Saúde dos Trabalhadores e Trabalhadoras e 15ª Conferência Nacional de Saúde
No primeiro dia da Jornada das Comissões do Conselho Nacional de Saúde (CNS), realizada nesta terça-feira (11), cerca de 200 conselheiros de saúde, se reuniram com o objetivo de discutir os planos de trabalho das Comissões do CNS. No debate, os participantes colocaram na pauta assuntos como os 25 anos do sistema Único de Saúde (SUS) e a 15ª Conferência Nacional de Saúde.
A presidenta do CNS disse que na saúde e na sociedade, as mulheres fazem toda a diferença. “Queremos valorizar o esforço de estar aqui. Há muitas mulheres em comissões, muitas mulheres na saúde e ocupando cargos de destaque. Isso me fortalece. Temos aqui populações negras, indígenas, acadêmicos, da patologia, gestores e todos têm sua extrema importância”, afirmou. Segundo a presidenta, a proposta é fazer uma análise da conjuntura nacional e internacional, olhando como a saúde está projetada dentro e fora do país. “Precisamos compreender o papel do CNS e suas comissões a partir de uma análise da situação atual brasileira e estrangeira”, afirma.
Após a abertura oficial do evento, foi instalada a primeira mesa de trabalho, com o tema “Os 25 anos do SUS e os Desafios dos Sistemas Universais de Seguridade Social. Participaram a presidenta do CNS, Maria do Socorro de Souza, o senador Humberto Costa (PT-PE); o professor da Universidade Federal de Goiás, Elias Rassi; a presidenta do Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (CEBES), Ana Costa e o deputado federal e atual presidente da Comissão de Seguridade Social e da Família, Amauri Teixeira (PT-BA).
Costa defendeu a importância do controle social não somente na saúde, mas em todos os setores da sociedade civil. Rassi destacou sobre a mobilização dos movimentos sociais. Segundo ele a saúde saiu da agenda prioritária dos municípios e dos governos, aspecto que tem se tornado recorrente após o encerramento do período eleitoral. Ana Costa falou sobre a importância de valorizar o SUS em âmbito internacional em um contexto de hegemonia das políticas neoliberais, sob dominância dos interesses do capital financeiro.
Na parte da tarde, foi instalada a segunda mesa do evento “Mobilização para a 15ª Conferência Nacional de Saúde”. Estiveram presentes o professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília, Antônio Cardoso; o representante do Cebes e da Alames, José Carvalho de Noronha; o representante do Movimento Popular Educação e Saúde, Carlos Sivan; e o coordenador da IV Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, Geordeci de Souza.
O professor Antônio Cardoso apresentou o resultado de uma pesquisa sobre as Conferências Nacionais de Saúde. De acordo com o pesquisador, ao longo dos anos, houve uma forte pulverização das deliberações, que passaram a ser, cada vez mais, segmentadas em acordo com os interesses de cada movimento ou entidade participante. Para o representante do Cebes e da Alames, José Noronha, a 15a Conferência deve ser capaz de refletir o atual momento político brasileiro, em que a população foi às ruas para pedir serviços públicos de qualidade.
O conselheiro Geordeci Souza apresentou o planejamento para a IV Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, que acontecerá no período de 10 a 13 de novembro. Durante o período preparatório serão realizadas ainda 170 conferências macro regionais e 27 estaduais. De acordo com Carlos Umberto, ao longo das etapas preparatórias para a 15a Conferência, deve fazer uma autocrítica do modelo de controle social que foi construído e pensar novas metodologias de trabalho.
Corpo a corpo – A partir das 18h, os participantes se dirigiram ao Congresso Nacional para uma visita pessoal aos parlamentares, com vistas a defender os interesses do setor de saúde em vários projetos em andamento naquela casa. |