Brasília,
09 de junho de 2017
CNS participa de oficina sobre prevenção ao suicídio no Brasil
Os dados mais recentes disponibilizados pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SM), do Ministério da Saúde, demonstra que, entre 2002 e 2014, a taxa de suicídios na população brasileira entre 15 e 29 anos subiu de 5,1 para 5,6 por 100 mil habitantes, um aumento de 10%, no período.
De olho nesse problema, o Conselho Nacional de Saúde fez parte do workshop “Estabelecendo o diálogo para a prevenção do suicídio no Brasil”, realizado, ontem e hoje, pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília. Representante do CNS no evento, a conselheira Ana Sandra Nóbrega, do Conselho Federal de Psicologia, reforçou a necessidade de mais atenção aos problemas de saúde mental, no Brasil, dada a conjuntura de perda de direitos sociais.
“Os agravos a saúde mental se dão principalmente no contexto de uma sociedade capitalista, profundamente marcada pelo individualismo”, explicou Sandra Nóbrega. Segundo ela é preciso “buscar nortes para lutar contra o suicídio”. A conselheira lembrou que há três possibilidades para explicar o suicídio: a perspectiva sociológica, a dificuldade das pessoas em entender o outro e a devida importância sobre a vida humana.
Ana Sandra Nóbrega também é coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde Mental do CNS. De acordo com ela, a saúde mental afeta diretamente a vida dos trabalhadores, tanto que, recentemente, o CNS lançou a campanha “Mais Direitos, Menos Depressão”, que alerta principalmente para esse problema. “Tendo em vista a enorme recessão de direitos em que o País vive, e também a reforma da Previdência, por exemplo. Toda e qualquer morte traz à tona algo sobre a sociedade que se reflete em seu determinado contexto, é preciso identificar esses contextos”, disse.
Dados sobre a saúde mental
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, que esse ano lançou a campanha contra a depressão, cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas pela doença. Só no Brasil, são perto de 11,5 milhões de brasileiros com esse transtorno, ou seja, 5,8% da população. O País é o segundo com maior prevalência da doença nas Américas, quase igualado com os Estados Unidos, que têm 5,9% dos depressivos da região.
Por Mariana Moura
Assessoria CNS
Créditos da foto: Rodrigo Farhat/CFP.
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