I Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento de Sistemas Universais de Seguridade Social

Ativista relata as dificuldades da mobilização social na África


Abeiy Alemmeh Gebre é o único representante da Etiópia na I Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento de Sistemas Universais de Seguridade Social, em Brasília. Abeiy é Diretor-Executivo da Associação para o Desenvolvimento do Bem Estar Social e veio com auxílio do governo brasileiro. Ele considera a Conferência fundamental para que as pessoas tomem consciência das dificuldades enfrentadas pelos diferentes países na busca por um sistema de Seguridade Social universal. “Não há como ter um sistema de Seguridade Social sem antes termos garantidos os direitos humanos básicos. Esse é um grande problema do continente africano”.

O ativista já foi preso na luta por direitos humanos e uma Seguridade Social universal, e conta que é necessário haver empenho por parte dos políticos da região para que a situação mude. “Alguns países adotam uma legislação que limita a ação dos movimentos da sociedade civil organizada, então nosso trabalho é dificultado. Muitas vezes a instrução é para apenas se concentrar no desenvolvimento, não na mobilização dos povos”, argumenta Abeiy.

Quanto as ações específicas dos governos, ele disse que o foco desses governantes deve ser de oferecer um sistema de Seguridade Social universal, para combater as mazelas sociais na África, como a alta taxa de mortalidade infantil e os problemas crônicos com doenças como a Aids. “Pedimos um compromisso dos governantes nesse sentido. O que temos em nosso país não é nem perto do que o povo brasileiro tem a disposição”.

Luta Invisível

Outro problema é a falta de compreensão por parte de organismos internacionais quanto ao que se passa no continente africano. “A comunidade internacional deve influenciar positivamente para a conquista desses direitos. Percebo algumas ações bem intencionadas, mas sem o devido acompanhamento no local”.

Para Abeiy é importante que a população tenha consciência das ações necessárias que devem ser feitas no seu país e em todo o continente africano. “Temos atualmente uma legislação local que dificulta a participação da sociedade nos movimentos sociais. Nossa luta também é para que a população entenda o que fazemos e a nossa importância. Cada cidadão deve fazer a sua parte na luta por um mundo mais justo e humano”.



Voltar >>