I Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento de Sistemas Universais de Seguridade Social

Painelistas pedem mais empenho da discussão sobre os sistemas de seguridade social


Na tarde de ontem (3), os participantes da I Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento de Sistemas Universais de Seguridade Social dialogaram sobre os obstáculos para a universalização dos sistemas de seguridade social. As discussões foram divididas em nove grupos, com uma breve exposição dos painelistas seguida de uma mesa redonda com questionamentos da platéia.

Um dos assuntos discutidos foi “A universalização da Seguridade Social e sua relação com a economia, sustentabilidade ambiental e qualidade de vida”. Para o representante da Central Geral dos Trabalhadores (CGT) do Peru, Domingos Cabrera Toro, existe muita hipocrisia no discurso de determinados países em relação aos sistemas de seguridade social. “O discurso nos faz crer que está tudo uma maravilha, mas na verdade as coisas não têm funcionado como o prometido”. Toro questiona a qualidade do serviço oferecido em seu país, e argumenta que apesar de algumas leis terem sido aprovadas, a realidade ainda é controversa para o povo andino. “Podemos afirmar que a saúde no Peru foi privatizada. Todos que tem alguma espécie de atendimento estão pagando. Há a intenção de termos um sistema único de saúde, mas comparado ao Brasil ainda estamos engatinhando”.

Saúde como Produto

O sindicalista explica que o modelo vigente transforma a saúde pública em mercadoria, em detrimento às populações mais necessitadas. “Não conheço um hospital que não tenha umas cinco ou seis farmácias por perto. Esse é o modelo, para que as pessoas gastem com a saúde e o Estado não tenha papel ativo”. Toro concluiu a apresentação conclamando os presentes a lutarem por sistemas únicos de saúde em todos os países.

Membro do Conselho Regional Indígena do Cauca (Cric-Colômbia), Giovani _____ disse que os interesses econômicos alteraram de forma negativa as relações entre os seres humanos, e além de desestruturar a seguridade social, causam impacto ao meio ambiente. “É preciso fazer uma revisão filosófica para termos mais harmonia e equilíbrio social”, argumenta. Giovani destacou que a população indígena está preocupada com os interesses econômicos predatórios e suas reflexões na natureza e na sociedade. O representante reforçou que a discussão ambiental e de uma plataforma de desenvolvimento sustentável está diretamente ligada a criação de um modelo universal de seguridade social.



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