Brasília,
13 de maio de 2010
CNS debate panorama das hepatites virais no Brasil
O Pleno do Conselho Nacional de Saúde (CNS) assistiu a apresentação da Diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Mariângela Batista Galvão Simão, e de Ricardo Gadelha de Abreu, Coordenador do Programa Nacional de Hepatites Virais, ambos do Ministério da Saúde (MS), mostrando o panorama, os avanços e os desafios na atenção básica e especializada, das hepatites virais no Brasil em 2010.
Em sua apresentação, Mariângela Simão fez um breve histórico sobre o quadro das hepatites virais de 1996 até 2010, abordou as especificidades de cada uma das quatro hepatites – Tipos A, B, C e Delta – e apontou quais as que mais possuem risco de progressão e morte.
Segundo a Diretora, todos os tipos de hepatite precisam ser devidamente tratados e acompanhados, entretanto alguns requerem um pouco mais de atenção, como por exemplo, as do tipo B e C. A primeira acomete as faixas etárias compreendidas entre 20 e 59 anos, é 100 vezes mais infectivo que o HIV e é uma Doença Sexualmente Transmissível (DST). A segunda é silenciosa, pois os principais sintomas aparecem, em média, 13 anos após o contágio; possui maior prevalência entre 40 e 59 anos de idade e 70% a 85% dos casos evoluem para cronicidade, sendo que 20% desses, desenvolvem cirrose hepática. Estima-se que haja cerca de 3 milhões de pacientes crônicos no Brasil.
“Felizmente, há protocolos de tratamento das hepatites B e C muito bem-sucedidos e os portadores dessas doenças podem viver bem, e com qualidade de vida. Basta que tenham acesso aos medicamentos corretos, obtenham informações qualitativas sobre a doença e principalmente, vacinem-se nas campanhas contra as hepatites, que ocorrem periodicamente desde 1989”, reflete Mariângela.
Entre os avanços apresentados, Ricardo Gadelha de Abreu, Coordenador do Programa Nacional de Hepatites Virais, destacou a integração do Programa ao Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais; a atualização do Protocolo Clínicas e Diretrizes Terapêuticas da Hepatite Viral Crônica B e coinfecções; a conclusão do inquérito de soroprevalência nas capitais; o apoio à estruturação dos Programas Estaduais e Municipais (capitais) de Hepatites Virais; o apoio ao Movimento Social e principalmente a inserção do tema Hepatites Virais nos Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde.
Na oportunidade, Mariângela Batista informou que um dos desafios em 2010 é conseguir a instituição do Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais e o lançamento do Plano de Prevenção e Controle da Hepatite B e Delta. Segundo Mariângela, “não se pode negar que muito já foi realizado”, mas ela garante que “ainda há muito a ser feito e estamos longe do satisfatório”, finaliza. O Pleno do CNS manifestou-se totalmente favorável ao pleito.
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