Brasília, 15 de junho de 2012

Gestores municipais mobilizam-se pela saúde

        A cidade de Maceió recebeu durante os dias 11 e 14 de junho os participantes do 28º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde e o 9º Congresso Brasileiro de Cultura de Paz e Não-Violência. Os números do congresso demonstraram intensa mobilização: foram 20 painéis, 21 lançamentos de publicações, dez oficinas, quatro mesas centrais, dois seminários e a presença de 653 secretários municipais de saúde, 560 palestrantes, 53 expositores, 81 relatores, totalizando 4328 participantes.

Oficinas

        Antecedendo os debates das mesas centrais foram realizadas oficinas que tiveram como temas direito sanitário, financiamento da saúde, os prefeitos municipais e os consórcios públicos de saúde, vigilância em saúde, formação do profissional de saúde, cartão nacional de saúde, atenção básica de qualidade, redes de atenção à saúde, comunicação em saúde, participação da comunidade, políticas públicas e cooperação estratégica para o SUS. Nesses encontros foram elaborados encaminhamentos contemplados na Carta de Maceió, documento final do congresso. “O congresso é uma excelente oportunidade de troca de experiências, informação e comunicação, para assim, qualificar nós gestores municipais. Esta qualificação é traduzida na maioria das vezes nos nossos serviços de saúde”, considerou a secretária municipal de saúde de Britânia (Goiás) Kélia Rosa.

Painéis

        Temas específicos, programas federais, sistema de monitoramentos, entre outros foram tratados durante a realização dos painéis. Um dos destaques foi a realização do painel Amazônia Legal que debateu o documento Carta do Norte que apresenta pontos importantes para melhoria do SUS na região como, incluir todas as decisões e ações/serviços de saúde da população indígena como de obrigatória deliberação nos conselhos municipais de saúde e não apenas no Conselho Distrital de Saúde Indígena. O texto passou a integrar um dos eixos da Tese do Conasems.

        “O que achei interessante neste congresso foi a integração e as articulações dos Colegiados de Secretários de Saúde do Norte. É a primeira vez que vivencio uma reunião entre os municípios do Norte tão forte, possibilitando a troca de conhecimento e a soma de experiências”, contou o secretário executivo do Colegiado de Secretários de Saúde de Rondônia, Hélio Raposo.

Mesas

        Para aprofundar o tema da sustentabilidade no SUS os participantes dialogaram em mesas centrais sobre o modelo de gestão e relações interfederativas, o modelo de atenção que queremos e estamos construindo e a sustentabilidade do SUS e as eleições de 2012. Nesta última mesa, o vice-presidente do Conasems, Pedro Hermann listou uma série de reflexões sobre o processo eleitoral municipal que se instalará em breve. Segundo ele, é necessário que os próximos gestores cumpram as leis, reconheçam as dificuldades do sistema, garantam a participação da comunidade e dos conselhos de saúde e tenham processos de planejamento e educação permanente da população, entre outros. Ao fazer uma análise da lista, o consultor do Conasems, Gilson Carvalho afirmou que “a saúde não pode ser tratada por um único partido, mas tem que ser uma prática constitucional que não depende de coligações e partidos políticos”. 

Mostra

        A mostra Brasil, aqui tem SUS, reuniu exitosas experiências municipais na implementação do SUS de 18 estados brasileiros. Ao todo foram expostos 170 trabalhos, 18 deles relataram a realidade do trabalho na vigilância em saúde, 14 foram sobre atenção básica, 13 eram voltados à promoção da saúde por meio do desenvolvimento de atividade física e 10 dedicavam-se a promoção da saúde de crianças e adolescentes.

        Entre as experiências do estado do Acre, está a realizada na capital Rio Branco voltada para os Grupos de Convivência apoiados pelo Programa de Aquisição de Alimentos. Semanalmente são adquiridos alimentos pela equipe da unidade de saúde Centro Estadual de Formação de Pessoal e Saúde da Família com o objetivo de preparar lanches a serem distribuídos aos grupos. Também ao final de cada semana é entregue uma cesta de alimentos aos pacientes com tuberculose como incentivo para que eles não abandonem o tratamento, já que este exige uma alimentação correta e a maioria dos pacientes é carente.

        “Nesta mostra do Congresso tivemos a oportunidade de verificar a experiência de outros municípios e trazer a nossa. Este tipo de encontro contribui para estabelecer um contato com outros profissionais e a discussão das diferentes realidades existentes no País” – Valéria Teixeira, enfermeira e expositora da experiência do Acre.

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