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Dia Internacional da Mulher: qual a representatividade delas no controle social na Saúde?

CNS apurou a paridade de gênero em todos os Conselhos Estaduais de Saúde. Goiás, Amapá e Rio Grande do Norte são os que mais se destacam

  • Publicado: Sexta, 06 de Março de 2020, 14h05
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Reconhecido em vários países, o Dia Internacional da Mulher, comemorado todo 8 de março, demarca a trajetória de lutas das mulheres pela equidade de gênero. Celebrado desde o início do século 20 – em memória às 130 operárias de uma fábrica de tecidos de Nova York que morreram vítimas de um ato repressivo -, hoje é reforçado como uma data de resistência e reivindicações. Eclodem mobilizações chamando para o contínuo debate sobre a reafirmação do papel das mulheres no mundo.

No contexto do controle social em Saúde no Brasil, o tema pode também ser abordado pelos vieses do acesso, da participação e da representatividade. Para entender essa dinâmica, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) levantou, junto aos estados, informações sobre a inserção das mulheres nos Conselhos Estaduais de Saúde (CES) e no Conselho de Saúde do Distrito Federal (CSDF). Os números mostram que ainda é preciso criar mecanismos que possam fortalecer a presença das mulheres na participação social.

A paridade de gênero – participação igualitária de homens e mulheres – no corpo de conselheiros e conselheiras dos CES e do CSDF é de aproximadamente 45%. O número é abaixo do esperado – se levarmos em consideração que a população feminina brasileira representa 51% da total -, mas muito representativa se comparada a outros índices. Como por exemplo, o número de mulheres no comandando de prefeituras que é de 12%, ou da proporção de mulheres entre os magistrados estaduais que é de 20%. Estes dados comparativos são da pesquisa Alziras e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), respectivamente.

O mapeamento feito pelo CNS levou em consideração as informações enviadas pelos próprios Conselhos Estaduais ou disponibilizadas nos sites oficiais de cada entidade até a data de hoje (06/03). Goiás é o estado com maior presença de mulheres conselheiras, 64% entre titulares e suplentes. Em segundo lugar destaca-se o Amapá com 59%, seguido do Rio Grande do Sul, com 58%. A presença delas no comando dos Conselhos também foi contabilizada, dos 26 estados mais o Distrito Federal, sete possuem mulheres como presidentas, o que equivale a 25% aproximadamente.

49106146766 c09e565c53 cFoto: Jeovânia Rodrigues Silva, presidenta do Conselho de Saúde do Distrito Federal. Jeovânia é especialista em Saúde Coletiva pela Universidade de Brasília (UnB).

À frente do CSDF desde setembro de 2019, Jeovânia Rodrigues Silva conta que a diversidade na presidência do CSDF é recente. Tradicionalmente, a entidade era presidida por secretários de Saúde do DF, papel exercido quase que em totalidade por homens. “Este mandato é apenas o terceiro onde este paradigma [do secretário de saúde presidir o conselho] foi rompido. Inicialmente por um gestor e na sequência por duas mulheres – uma usuária e, atualmente, uma trabalhadora negra”, relata.

Mesmo não sendo o foco deste mapeamento, dentre os Conselhos Municipais de Saúde vale destacar o caso de São Paulo capital. Desde 2015, o decreto nº 56.021 garante a participação de, no mínimo, 50% de mulheres na composição dos conselhos de controle social do município. Na composição mais recente do CMS, participaram 33 conselheiras e 31 conselheiros. A entidade está em fase de recomposição.

O que é equidade de gênero?

O termo equidade de gênero se refere a um tratamento igual para os gêneros (homem, mulher, outros) em relação a qualquer tipo de atividade, seja na área trabalhista, de oportunidades, na participação social, etc. A equidade tem a ver com justiça social, onde quem mais precisa é quem mais deve ter intervenções sociais desenvolvidas.

Por exemplo: se mulheres estão menos presentes no controle social na Saúde, não significa que elas são menos capazes ou não se interessam na área, mas que os homens perduram com mais acesso e oportunidades nos espaços participativos. Criar políticas de paridade nos conselhos e até mesmo termos homens abdicando dos espaços de privilégio são maneiras de enfrentarmos esse problema.

36737558775 c7763cccc1 cRegistro da abertura da 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres, realizada em 2017

 

Veja a proporção de conselheiras e conselheiros em cada estado

Região   Total de Conselheir@s Mulheres
Norte AC 48 17 35%
AM 22 13 59%
AP 83 42 51%
PA 56 26 46%
RO 72 28 39%
RR 44 20 45%
TO 56 19 34%
Nordeste AL 80 35 44%
BA 64 25 39%
CE 69 39 57%
MA 40 22 55%
PB 48 22 46%
PE 64 33 52%
PI 64 29 45%
RN 40 16 40%
SE 64 32 50%
Centro-oeste DF 53 25 47%
GO 45 29 64%
MS 48 27 56%
MT 60 32 53%
Sudeste ES 56 23 41%
MG 97 52 54%
RJ 72 38 53%
SP 60 24 40%
Sul PR 72 29 40%
RS 84 49 58%
SC 64 35 55%
CNS 143 55 38%

Foto de capa: Registro da 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres

Ascom CNS

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