Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Últimas Notícias > CNS recomenda licenciamento compulsório para tecnologias que atendam interesses sociais na pandemia

4CNGTES ETAPAS Semlogos

Início do conteúdo da página

CNS recomenda licenciamento compulsório para tecnologias que atendam interesses sociais na pandemia

  • Publicado: Terça, 25 de Maio de 2021, 11h02
Foto: Peter Iliciev/Fiocruz
Foto: Peter Iliciev/Fiocruz

O controle social na saúde aponta a necessidade de o Brasil ter mais autonomia frente ao contexto de calamidade pública. Com a liberação das tecnologias, será possível melhorar o enfrentamento à crise sanitária

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendou, nesta terça-feira (25/05), o licenciamento compulsório de medicamentos, vacinas e todas as tecnologias que atendam aos interesses da sociedade na pandemia. O documento nº 013/2021, endereçado ao Supremo Tribunal Federal (STF), Governo Federal, Câmara dos Deputados e Conselhos de Saúde, justifica que os produtos relacionados a uma pandemia não podem estar sujeitos a monopólios nem especulação com preços elevados e inacessíveis para o Sistema Único de Saúde (SUS). 

A licença compulsória é conhecida popularmente como “quebra de patentes” e trata-se de uma medida jurídica que suspende o esse monopólio comercial, permitindo que outras empresas entrem no mercado. A legalidade desta medida está prevista em normas estabelecidas em acordos internacionais como no Tratado da Convenção da União de Paris (CUP) e no Acordo sobre aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (Trips), da Organização Mundial do Comércio (OMC). 

A recomendação reforça o posicionamento do CNS de que o contexto pandêmico e emergencial requer a proposição de ações de proteção das populações. A conselheira nacional de Saúde Débora Melecchi destaca a necessidade de que o Brasil tenha autonomia no contexto atual. “Estamos no momento de calamidade pública mundial. Para barrá-la, precisamos de uma ação global na qual o interesse público prevaleça aos interesses de mercado”.

Ao governo federal, o Conselho recomenda o decreto de emergência nacional e interesse público, determinando a concessão da licença compulsória, com transferência de tecnologia para o laboratório estatal ou privado competente, sob gerenciamento do SUS. Também pede que na Organização Mundial do Comércio (OMC) a iniciativa da suspensão temporária, alinhando assim a parceria com os países em desenvolvimento e os BRICS (agrupamento dos países Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

A quebra de patentes de insumos e vacina contra a Covid-19 é defendida pela OMC e Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2020, a África do Sul e a Índia apresentaram uma proposta de suspensão temporária de patentes com apoio de mais de 100 países. Recentemente, os Estados Unidos se manifestaram favoráveis à quebra de patentes para as vacinas (não insumos) e a China anunciou apoio à consulta da proposta da OMC.

Legislativo e judiciário

No Brasil, um projeto de lei apoiando a licença compulsória temporária de patentes de vacinas, testes de diagnóstico e medicamentos para o enfrentamento da Covid-19 foi aprovado pelo Senado Federal (PL nº12/2021) e encaminhado para a Câmara dos Deputados. Há também o Projeto de Lei nº 1.462/2020, da Câmara dos Deputados, para a concessão de licença compulsória, temporária e não exclusiva, para a exploração de patentes. O CNS recomenda a aprovação imediata de ambos.

Ao STF, o Conselho pede que, ao apreciar, em plenário, o tema da licença compulsória, possa manter posição no sentido de atender às necessidades sociais, sempre a favor das vidas.

A recomendação se baseia no parecer técnico 030/2021 do CNS, que vem sendo distribuído entre parlamentares, governantes, ministros e conselhos de saúde.

 

Leia a recomendação na íntegra

 

 

Ascom CNS

registrado em:
Fim do conteúdo da página