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Especialistas defendem regulação do mercado de medicamentos em debate do CNS

  • Publicado: Sexta, 16 de Março de 2018, 08h48

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) debateu na tarde desta sexta (16/03), o “Acesso a medicamentos no mundo e a crise de desabastecimento”. A discussão aconteceu na Tenda do CNS, durante o Fórum Social Mundial 2018, que reúne 50 mil pessoas de 160 países. Na ocasião, os debatedores afirmaram que melhorar a regulação do mercado mundialmente é uma das formas de combater a falta de medicamentos.

De acordo com Leandro Safatle, secretário executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamento (CMED), os efeitos colaterais da ausência de regulamentação da área nos países é a exploração por parte das empresas, gerando mais gastos para os cidadãos ou para o Sistema Único de Saúde (SUS). “É uma lógica global, as empresas estão aumentando muito os preços de medicamentos raros e perdendo o interesse em produzir medicamentos baratos. Isso também gera desabastecimento”, disse.

Ele comemora os avanços no Brasil quanto à regulamentação de medicamentos, porém, ainda há mais desafios. Segundo o secretário, o mercado de “produtos de saúde” ainda não é regulado. Órteses e próteses, por exemplo, chegam a preços abusivos facilmente. “Uma prótese de joelho, por exemplo, custa R$ 2mil, mas pode chegar a R$ 18mil. Há comportamentos oportunistas em cada elo da cadeia de produção”, afirmou.

Tomás Pippo, coordenador da Unidade de Medicamentos, Tecnologia e Pesquisa em Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), explicou que o desabastecimento é um problema universal. Segundo ele, para atenuar o problema no Brasil, é necessário investir na soberania nacional na América Latina. “Nossos países ainda são prioritariamente importadores. Nossa fabricação é baixa, há muita dependência de outros países”, explicou.

O mesmo foi afirmado por Carlos Gadelha, coordenador das ações de prospecção da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Nosso mercado tem que reduzir o monopólio global. O Brasil precisa produzir mais, tem que ter uma indústria forte. Um SUS que depende tecnologicamente do mercado externo não conseguirá ser universal”, defendeu.

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Saúde Mental sem manicômios

Simultaneamente ao debate na Tenda do CNS, o conselho também realizou a roda de conversa: “Alterações na Política Nacional de Saúde Mental e os impactos na luta antimanicomial”. Léo Pinho, representante do Conselho Nacional dos Direitos Humanos defendeu uma sociedade livre de manicômios. “Vivemos o contexto geral de regressividade dos direitos humanos e sociais. O país começa a construir políticas públicas com passos para trás e isso rasga as leis que deveriam reger o Estado Brasileiro”, criticou.

As mudanças na Política Nacional de Saúde Mental pelo governo foram publicadas em portaria no final de 2017. O novo texto estimula o investimento em comunidades terapêuticas, dando margem para o retorno do modelo manicomial.  Na tarde de hoje, também aconteceram rodas de conversa sobre a Política Nacional de Atenção Básica e a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança. Ao todo, o CNS realizou treze atividades entre debates, rodas de conversas e seminários com participação de cerca de 2 mil pessoas.

Ascom CNS

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