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Rio de Janeiro sediará encontro latino-americano e caribenho sobre hanseníase

  • Publicado: Segunda, 11 de Março de 2019, 07h17

Representantes de entidades e movimentos sociais de dez países devem desembarcar no Rio de Janeiro, na segunda-feira (11/03), para participarem do I Encontro Latino-americano e Caribenho de Entidades de Pessoas Atingidas pela Hanseníase. O evento tem o objetivo de organizar a cooperação internacional para defesa dos direitos das pessoas atingidas e a eliminação da doença.

O encontro será realizado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), até o dia 14/03, com a participação de aproximadamente cem ativistas de entidades da América Latina – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, México, Paraguai e Peru – além de integrantes de instituições dos EUA, Alemanha e Japão, que participam como observadores.

A iniciativa é do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), do Brasil, e da Federação de Entidades de Pessoas afetadas pela Hanseníase (Felehansen), da Colômbia, com o apoio da Fiocruz, do Ministério da Saúde e da Fundação Nippon, do Japão.

Essa será a primeira vez que as entidades da América Latina e Caribe se reúnem para encaminhar questões conjuntas sobre o tema do enfrentamento à doença e ao estigma social que a cerca. “Queremos fortalecer um amplo e permanente diálogo entre sociedade civil governos na tentativa de avançar na proteção das pessoas atingidas pela doença, no enfrentamento ao estigma e na eliminação da doença”, afirma um dos coordenadores nacionais do Morhan, Artur Custódio.

O encontro será um importante fórum de deliberação de questões para o Congresso Mundial de Hanseníase/Encontro Mundial de Pessoas afetadas pela Hanseníase, que se realiza em setembro, nas Filipinas.

Estudo publicado em 2018 pela Universidade de São Paulo (USP) aponta que a desigualdade social é o fator central que impede a eliminação da hanseníase na América Latina. O Brasil concentra 95% dos casos de hanseníase nas Américas, é o país com a maior incidência da doença em todo o mundo e apresenta diagnóstico entre 25 e 30 mil novos casos da doença por ano.

“Esses indicadores não fazem sentido para uma doença que tem cura e tratamento gratuito assegurado pelo SUS: é preciso avançar em informação para a população, capacitação dos profissionais de saúde e comprometimento público dos gestores municipais, estaduais e federais para caminharmos na eliminação da doença e na garantia dos direitos das pessoas atingidas. Pensar este debate de forma articulada em toda América Latina e Caribe é o nosso desafio”, defende o dirigente do Morhan.

Participarão do encontro representantes da Organização Pan-americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS), do Mandato das Nações Unidas (ONU) para a Eliminação da Discriminação contra as Pessoas Atingidas pela Hanseníase e seus Familiares (Relatora Especial Alice Cruz, em visita acadêmica), do Ministério da Saúde, da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) e do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Estratégia Global

A OPAS e a OMS criaram a Estratégia Global de Hanseníase 2016-2020, com diretrizes para ações que detectem precocemente a enfermidade e para fornecer tratamento imediato para prevenir e reduzir a transmissão. Esse será um dos temas do encontro no Rio de Janeiro, junto com debates sobre participação social e política, monitoramento e promoção de Direitos Humanos, estratégias de preservação histórica, questões relativas ao tratamento e à reabilitação e os caminhos dos movimentos em cada país e na América Latina e Caribe.

Atrações culturais

Entre as atividades culturais que integram a programação do encontro, está a participação especial de Yuri Guerra, jovem brasileiro considerado uma revelação do canto lírico internacional. Artista voluntário do Morhan radicado na Itália, o baixo-barítono se apresenta na abertura do evento, dia 12/03, às 9h.

Outro destaque é o lançamento do livro “Retratos de uma política pública: Memórias de infâncias violadas Brasil e Portugal”, com a presença da autora, Lilian Angélica da Silva Souza, no dia 12, às 15 horas. A obra aborda a história dos filhos e filhas separados de seus pais pela política de isolamento compulsório da hanseníase nos dois países.

Saiba Mais

O que: I Encontro Latino-americano e Caribenho de Entidades de Pessoas atingidas pela Hanseníase
Quando: 11 a 14 de março
Onde: Avenida Brasil, 4365 – Fiocruz Manguinhos (Pavilhão INCQS)
Contatos: Nanda Duarte (21) 96724-9138 e Artur Custódio (21) 98226-3124

Fonte: Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan)

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