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Em reunião com CNS, especialistas afirmam que negacionismo está impedindo avanço de vacinação em crianças

  • Publicado: Segunda, 21 de Fevereiro de 2022, 09h52
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O Comitê para Acompanhamento à Covid-19 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) se reuniu nesta quinta (17/02) com pesquisadores do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para avaliar o avanço da variante ômicron no Brasil e que medidas devem ser tomadas para que a pandemia chegue ao fim. Os especialistas afirmaram que fake news e negacionismo têm impedido o avanço da vacinação em crianças e adolescentes.

Christovam Barcellos afirmou que o país viveu recentemente a 4ª fase da pandemia de Covid-19, com redução da transmissão e das mortes, evidenciando o impacto da vacinação que, segundo ele, começou lenta e tarde, mas acelerou a partir de julho de 2021. Porém, os cuidados ainda são necessários.

“Estamos vendo uma 5ª fase com novas mutações e com o espalhamento rápido. Os hospitais voltam a ficar lotados. Não subiu a letalidade, mas subiu o número de casos”. Segundo ele, “o novo quadro é difícil de entender. Hoje ainda não é possível dizer qual a variante de cada caso, se quem está internado está ou não vacinado”. Christovam explicou que há indícios de que 90% dos casos atuais seriam da variante ômicron, mas não é possível afirmar com exatidão por não haver ainda método massivo que possa diagnosticar a variante em casa caso.

O pesquisador explicou também que a vacinação incompleta pode acarretar na perda de imunidade e em novas variantes. Para o Observatório da Fiocruz, é preciso mais testagem, manutenção da estrutura emergencial criada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para enfrentamento da pandemia e reforço da Atenção Primária.

Crianças e adolescentes em foco

Já o pesquisador Raphael Guimarães afirmou que as faixas etárias mais jovens (crianças e adolescentes) têm contribuído para a manutenção da pandemia. “Precisamos avançar com a vacinação neste grupo. Há pais e mães ainda muito reticentes em vacinar seus filhos devido às fake news, mesmo com todos os estudos e relatórios técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mesmo diante de pais e mães bastante esclarecidos. Até médicos têm estado reticentes por conta do negacionismo. É um grande desafio”, explicou.

Segundo ele, o Brasil entrará em breve em uma fase de estagnação da vacinação em adultos de primeira e segunda dose. “Vamos entrar em uma fase com mais dificuldade de completar os esquemas vacinais”, lamentou. Ele atribuiu também à desigualdade social e à falta de acesso à vacina em determinadas populações.

Raphael lembrou que a proporção de internações por Covid-19 em crianças era de 0,4% no começo da pandemia e hoje aumentou para 5%. “Ainda não chega perto do número de idosos, mas isso não pode ser ignorado. Há um gargalo crônico, que é a disponibilidade de leito para crianças”, disse.

Encaminhamentos

Fernando Pigatto, presidente do CNS, reafirmou que o Comitê para Acompanhamento à Covid-19 do CNS é um dos instrumentos para dar o suporte para os posicionamentos do controle social na Saúde. “Nós utilizamos muitas vezes os instrumentos que vocês produzem. Ouvi-los é importante para nós e para nossas decisões. A gente tem uma tendência a acreditar que as coisas estão melhorando, mas há lugares em que a situação segue difícil”, completou.

Conselheiras e conselheiros também manifestaram preocupação com a volta às aulas presenciais e com o Carnaval, que pode seguir agravando a pandemia. O Comitê deve em breve elaborar uma proposta para a execução de uma campanha de sensibilização para que pais e mães vacinem suas crianças e adolescentes. A ideia é unir forças a outras instituições de relevância para a saúde pública nacional para que o material possa ser difundido amplamente nos vários setores da sociedade. Em breve, o CNS também realizará live aberta para debater os temas da reunião.

Saiba mais sobre as variantes da Covid-19

De acordo com o balanço de dois anos de pandemia feito pelo Observatório da Fiocruz, uma das características mais evidentes deste processo é que o Brasil e o mundo estão diante de um vírus que se move e se transforma muito rapidamente. Além da variante Alfa, que predominou no primeiro ano da pandemia no Brasil, houve outras, como a variante Gama, detectada em novembro de 2020 (em 6 meses passou de uma participação, entre os casos, de 12%, em dezembro de 2020, para mais de 95%, em maio de 2021).

Há também a variante Delta, detectada em dezembro de 2020 (em 6 meses passou de uma participação de 0,8% em junho de 2021 para mais de 99% em novembro de 2021) e mais recentemente a variante Ômicron, detectada em novembro de 2021 (com participação entre os casos variando de 42,7%, em dezembro de 2021, para 96,4%, em janeiro de 2022).

Foto: Gettyimagens

Ascom CNS

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