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“Precisamos identificar necessidades diante das especificidades”, diz pesquisadora sobre saúde da mulher negra, idosa e com deficiência

  • Publicado: Sexta, 16 de Dezembro de 2022, 11h24
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A mesa "Saúde das mulheres negras, idosas e com deficiência", que abriu o segundo dia da 337º Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), foi elaborada a pedido da Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher (CISMU/CNS). "Existem parcelas da população feminina que sofrem mais. Mulheres negras e periféricas morrem mais, assim como idosas e deficientes, dado apontado nos sistemas oficiais. Por isso trazemos essa discussão para o pleno do Conselho", comentou a representante da CISMU, Shirley Mashal Diaz Morales (Federação Nacional dos Enfermeiros). A mesa composta exclusivamente por mulheres, ainda contou com a coordenação das conselheiras Ana Lúcia Paduello e Maria da Conceição Silva.

Michelly Ribeiro da Silva, integrante do Coletivo Feminista de Autocuidado e Cuidado entre Defensoras de Direitos Humanos, explica que é preciso identificar "necessidades diante das especificidades". "Todos os espaços e esferas precisam ser repensados a partir do processo histórico da formação do Brasil, da escravidão do povo negro. Mulheres negras são o maior grupo étnico do país, é um número muito expressivo que deve ser levando em conta para a construção de políticas públicas".

Michelly apresentou dados que confirmam a emergência do debate sobre o assunto. "A Mortalidade materna é 2,5 vezes maior para mulheres negras; entre os mortos pela Covid-19, elas representavam 55% e quando os números são sobre feminicídio no Brasil, elas representaram 62%. Tudo isso aponta que as ações pensadas e organizadas até o momento não combatem essa realidade de genocídio do povo negro".

A pesquisadora ainda apresentou ações necessárias para interromper o "ciclo de desigualdades sociais, raciais e econômicas", como a revogação de leis, portarias e emendas que se enquadram nesse cenário de exclusão.  "A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNASIPN) foi aprovada pelo CNS em 2016, mas passou por um processo de desfinanciamento gerando uma ausência de políticas para a população negra. Se queremos uma mudança real na pirâmide social precisamos mudar a situação da saúde dessa população", afirmou.

Já a professora Carla Núbia Borges, diretora da ABRAZ (Associação Brasileira de Alzheimer) e presidente ABNPG (Associação Brasileira de Neuropsiquiatria Geriátrica), chamou atenção para o rápido crescimento da população idosa brasileira. "O Brasil tem hoje 30,2 milhões de idosos, sendo que 56,7% dessa população é de mulheres. Todas as condições sociais de emprego, renda e saúde impactam no envelhecimento. A falha nesses pilares traz um sofrimento enorme para essas mulheres". 

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Carla ressaltou ainda que o impacto da transição demográfica e epidemiológica na sociedade, que demanda mudanças estruturais no modelo de assistência. "Precisamos mudar a visão sobre os aparatos sociais para o cuidado da pessoa idosa. Mesmo com os marcos legais conquistados, como a Política Nacional do Idoso, precisamos entender melhor o contexto para promover um envelhecimento saudável, com prevenção e acesso ao SUS."

A professora também chamou atenção para o impacto do Alzheimer entre a população idosa, e a necessidade do diagnóstico precoce. "É preciso cuidar das pessoas acometidas de forma integral, não apenas da questão da memória. Todo o contexto em que essa pessoa se inseri precisa ser considerado, especialmente a família como pilar social".

Fernanda Vicari, vice-coordenadora da Comissão de Saúde da pessoa com deficiência de Porto Alegre e presidente da Associação Gaúcha de Distrofia Muscular (AGADIM), chamou atenção para o acesso restrito das mulheres deficientes aos serviços do SUS, assim como direitos sexuais e reprodutivos das mulheres com deficiência. "É preciso um olhar diferente no cuidado com esse grupo, que deve ser implementado em todos os níveis do serviço de saúde para ampliação do acesso, especialmente na atenção básica”, afirmou.

Como encaminhamento da discussão foi sugerido um seminário temático sobre racismo e mulheres para 2023, com data ainda a ser definida pela mesa diretora do CNS.

 

Ascom

 

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